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segunda-feira, 29 de julho de 2013

A viúva de Naim (Lc 7:11-17)

   Passar por uma perda é doloroso.Só quem já perdeu um ente querido,um amigo,alguém que significou muito, sabe como é difícil enfrentar essa dor que devasta e ter que continuar vivendo.Às vezes, a dor é tão grande que a vontade é desistir da vida. 
   Lc 7:11-17 relata uma história de grandes perdas na vida de uma mulher. Ela era moradora de um vilarejo chamado Naim, lugar só citado no Evangelho de Lucas, e era viúva.Ela já havia enfrentado a dor de ter que enterrar o marido. Com certeza um momento muito difícil em sua vida, mas ainda tinha um filho e isso poderia trazer alguma esperança ao seu coração. Na cultura judaica daqueles dias, os filhos eram responsáveis pelos seus pais na velhice. Então mesmo após a perda do marido, ela podia encontrar segurança emocional e sustento físico em seu filho.
   Mas, sem que ela esperasse, algo acontece e seu filho falece. E era o único filho daquela mulher, não havia outros. A sua esperança agora estava morta e prestes a ser enterrada. Não havia o que fazer diante de uma calamidade tão grande. Mais uma vez ela se vê de pés e mãos atados diante da morte que carrega para a sepultura mais um membro de sua família.Sonhos jamais seriam realizados, a família estava destruída definitivamente. A única coisa a fazer era preparar o sepultamento e é o que ela faz. A notícia se espalha pela cidade, os vizinhos se aproximam, todos querem demonstrar seus sentimentos. E o cortejo fúnebre segue para fora da cidade acompanhado por uma multidão entristecida diante da impotência provocada pela morte (Lc 7:12).É quando se deparam com Jesus,perto da porta da cidade.Vinha ele acompanhado por uma grande multidão e por muitos dos seus discípulos. Havia um grande contraste entre aquelas duas multidões. Aqueles que saiam da cidade acompanhando o funeral estavam tristes diante da morte, os que seguiam a Jesus iam alegres vivenciando milagres e ensinamentos da verdade. Os que seguiam a Jesus levavam a ele os seus doentes e via-os sendo curados, levavam-lhe possessos e eles eram libertos. Eles viam milagres acontecerem a todo momento.
   Jesus percorrera cerca de 38 Km vindo de Cafarnaum, onde curara o servo de um centurião, até chegar a Naim. Quando Jesus se depara com aquela cena, ele se move de íntima compaixão pela mulher (Lc 7:13), ele vê e se interessa pela necessidade dela.Ela não era uma discípula e não fazia parte daqueles que o seguiam, mas Jesus não está preocupado com rótulos ele está interessado na dor e no sofrimento daquela mulher que estava diante dele. Os milagres não estavam vedados apenas aos seguidores, mas sim aos que necessitavam dele, aos que em algum momento de suas vidas, iam ao encontro de Jesus ou eram encontrados por ele.
   Ele se dirige a ela e lhe diz: "Não chores" (Lc 7:13b).Jesus oferece-lhe uma palavra de consolo para a alma demonstrando seu cuidado pelo emocional da mulher que estava abalado pela perda.Deus se interessa por nossa saúde emocional (Hb 4:12;Pv 4:22;Pv 16:24) e a palavra de Deus tem poder para nos dar a saúde que necessitamos.As palavras de Jesus não são como as dos homens, limitadas,que não podem penetrar o íntimo, as palavras dele a nosso favor têm poder de penetrar o nosso coração e curar as feridas da alma.
   Pessoas haviam falado muitas coisas para aquela mulher na tentativa de consolá-la, mas chegaria o momento em que todos iriam embora e ela teria que enfrentar a realidade sozinha.Ninguém poderia mudar a situação que ela enfrentava.Mas é aí que Jesus chega para mudar a história.
   Após dizer à mulher que não chorasse, Jesus quebra todos os protocolos e toca o esquife (Lc 7:14).Podemos confiar quando Deus nos manda descansar, pois ele trabalha a nosso favor. A palavra de Jesus foi acompanhada de uma atitude que surpreendeu a multidão. Tudo o que um judeu não queria era tocar em alguma coisa imunda e tocar em um caixão tornaria qualquer um impuro,mas não Jesus,pois quando ele toca o morto é para trazer vida. O morto não pode continuar morto depois do seu toque.
   Aqueles que estavam carregando o esquife são obrigados a parar quando Jesus toca-o e ordena:"Jovem, eu te digo:Levanta-te".O milagre é operado "e o rapaz assentou-se e começou a falar e foi entregue à sua mãe" (Lc 7:15).Aquela mãe saíra de casa com um filho morto, sem esperança de futuro, com toda uma gama de sonhos frustrados  e pronta para enterrá-lo,mas ao ter um encontro com o Senhor Jesus vê o impossível acontecer e volta pra casa com a vida totalmente restaurada. Seus sonhos foram restaurados e a vida de seu filho restituída.
   As pessoas que estavam naquele lugar presenciaram o milagre e o temor apoderou-se do coração de todos e aqueles que outrora choravam, agora glorificavam a Deus dizendo:"Um grande profeta se levantou entre nós, e Deus visitou seu povo" (Lc 7:16). Tudo mudou por que aquela multidão e Jesus se encontraram no meio do caminho.
   
    Até.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

O Filho Pródigo (Lc 15:11-32)

   Uma parábola consiste em uma história típica,tirada da realidade cotidiana do ouvinte e que oferece o ensino de uma verdade.
   O uso de parábolas era comum no Antigo Testamento (Jz 9:8-20-parábola de Jotão;II Sm 12:1-7-a repreensão a Davi; Is 5:1-parábola da vinha).
   As parábolas tiveram presença constante no ministério de Jesus. Ele usava este recurso para transmitir ensinamentos acerca do Reino de Deus.
   Em Lucas 15, Jesus conta três parábolas: a da ovelha perdida (1-7); a da dracma perdida (8-10) e a do filho pródigo (11-32), que ilustram que o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido(Lc 19:10).
   Jesus introduz essas parábolas justamente devido à murmuração dos fariseus e escribas que diziam entre si: "este recebe pecadores e come com eles" (Lc 15:2). Jesus mostra-lhes então o amor perdoador de Deus em buscar e receber o que estava perdido.Ele é o pastor que vai em busca da ovelha que se perdeu por descuido,por não ter prestado atenção ao caminho (v4);ele é aquele que procura a dracma perdida - o pecador que não tem consciência de sua perdição (v.8);e ele é o pai que recebe de braços abertos o filho que decidiu ir embora deliberadamente.
O filho pródigo
   Na época de Jesus, a sociedade era patriarcal.O pai exercia a liderança da família.Sua palavra e sua autoridade não eram questionados.
   Dentro desse modelo de sociedade, Jesus conta que um homem rico,dono de uma fazenda com muitos empregados, tinha dois filhos.O filho mais novo desse homem pede sua parte na herança. Ele quer administrar seus bens como bem entender.
   Segundo a lei judaica o filho mais velho recebia duas vezes mais, como ele era o mais moço tinha direito a 1/3 dos bens de seu pai (Dt 21:17).Era um pedido atrevido,pois desonrava o seu pai e ao mesmo tempo questionava sua autoridade,mas o pai reparte a herança (Lc 15:12).
   Mas aquele filho queria mais do que independência financeira, ele queria liberdade total sem compromisso com ninguém. Ele queria viver sua vida sem ter que seguir as regras, orientações e direção do pai. Ele quer viver segundo o seu coração deseja (enganoso é o coração - Jr 17:9).E ele decide afastar-se para o mais longe que pudesse do pai para assim afastar-se de suas regras (Lc 15:13).
   Longe do pai, ele desfruta de prazeres, satisfaz os desejos de sua carne, de seu coração, de seus olhos,mas o dinheiro acaba e os problemas começam a surgir.Sem a administração do pai e entregue aos vícios carnais seu dinheiro não dura muito.A decisão de ir para longe, que antes parecia boa, logo começa a mostrar as consequências.Ele experimenta a miséria e o desespero de viver longe dos domínios do pai. Uma grande fome surge naquela terra e ele não tinha mais recursos para suportar e começou a padecer necessidades (Lc 15:14).
   Sozinho,sem família, sem amigos, o único trabalho que consegue encontrar é cuidando de porcos Lc 15:15). Situação extremamente humilhante para um judeu.E a situação se torna ainda pior quando ele, sentindo fome deseja se alimentar da comida que os porcos comem e ninguém se importava com sua necessidade e não lhe dava nada (Lc 15:16). Longe do pai, ele sente-se mais maltratado do que os porcos dos quais cuidava. Ele chega ao fundo do poço. O preço de ter se afastado era por demais caro.
   A condição que estava vivendo o fez cair em si e lembrar de sua casa (Lc 15:17).E diz a si mesmo:" Quantos trabalhadores de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome!". Ele reconheceu que na casa do pai, o mais simples empregado tem um tratamento digno enquanto que ele estava em miséria por estar longe.
   Ele toma uma decisão: "Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti. Já não sou digno de ser chamado seu filho; faze-me como um dos teus trabalhadores". Chega à conclusão de que é melhor ser um simples empregado nas terras do pai do que viver longe dele (Lc 15:18,19)
   A esperança dele era que o pai o recebesse na condição de trabalhador braçal e nem imaginava que o pai estivera o tempo todo à sua espera.Não importa o quanto tenhamos nos afastado, e nem como tenhamos vivido distante de Deus, ele sempre nos espera como pai e não como patrão.
   Quando ele ainda está distante, o pai o vê e corre ao seu encontro, lançando-se-lhe ao pescoço para o beijar (Lc 15:20).Note-se que: o filho caiu em si,depois decidiu voltar,mas quando ainda estava longe o pai foi ao seu encontro. Ele sabe que o filho, depois de ter se afastado, não teria coragem para se aproximar o suficiente e o próprio pai "quebra o gelo" e toma a iniciativa de abraçá-lo e beijá-lo. Quando uma pessoa se afasta de Deus, às vezes fica receosa ou sente não ter forças para reaproximar-se,mas só é preciso querer voltar para Deus e decidir voltar por que o ato de abraçar e beijar, o receber de volta é atitude do próprio Deus em favor do que estava perdido.
   O pai:
   1. Troca suas roupas (santidade, purificação, nova vida)(v.22);
   2. Põe-lhe um anel no dedo (autoridade restituída) (v.22);
   3. Põe sandálias nos seus pés (um novo proceder, uma nova direção, um novo caminho)(v.22);
   4. Prepara uma festa (alegria pelo filho que estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado)(vv.23,24).
   O olhar do pai não estava nos erros outrora cometidos, mas sim na reconciliação.
   O irmão mais velho se irritou profundamente com a atitude do pai em relação aquele irmão que era um esbanjador e ingrato aos seus olhos.Ele se sentiu injustiçado e nem quis participar da festa (Lc 15:28). Ele se julgava mais digno do que seu irmão e não conseguia entender o amor e misericórdia do pai.Ele fazia tudo que o pai mandava, trabalhava na fazenda, se esforçava, mas não conhecia o pai verdadeiramente. Somente a falta de conhecimento e intimidade com o pai poderia produzir essa reação. Se ele realmente conhecesse seu próprio pai saberia que o pai é perdoador, acolhedor, amoroso e doador de graça e misericórdia.
   Os fariseus e escribas se vangloriavam por conhecer a lei, cumprir os mandamentos e tradições, por serem descendentes de Abraão, mas não conheciam verdadeiramente a Deus. Sua obediência era vazia de intimidade com Deus por isso não compreendiam que Deus recebesse pecadores e publicanos como filhos amados (Lc 18:9-14). Jesus demonstra aos fariseus e a todos que ouviam essa parábola que o Pai não vai lançar fora o pecador arrependido, antes alegrar-se-á pelo seu retorno (Lc 15:7,10).


Paz e até.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Visão de Deus (Is 6:1-9)

 
 Isaías exerceu seu ministério profético durante mais de 40 anos (740 a.C.-680 a.C.), durante os reinados de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá (Reino do Sul).
   Ficou conhecido como profeta messiânico devido a grande quantidade de profecias relacionadas ao Messias. Uma peculiaridade do livro de Isaías é que ele é considerado uma Bíblia em miniatura, pois contém 66 capítulos que podem ser divididos em duas seções:1-39 correspondendo aos temas principais do Antigo Testamento; e 40-66 correspondendo aos temas do Novo Testamento.
   O capítulo 6 relata o chamado  de Isaías para exercer o ministério profético:
  1. Uzias fora um bom rei e o seu reinado fora muito próspero e abençoado por Deus até o dia em que deixou a soberba tomar conta do seu coração,cumprindo-se nele o texto que diz que "o orgulho precede a queda" (Pv 16:18;18:12). Uzias resolveu entrar no templo do Senhor para queimar incenso no altar do incenso, função que competia exclusivamente aos sacerdotes que eram consagrados para queimar incenso e, por essa atitude, Uzias foi atacado de lepra até o dia da sua morte (II Cr 26:16-21). É no ano da morte desse rei que Isaías tem uma visão da glória de Deus (Is 6:1).
  2. Ao ver a santidade, autoridade e poder de Deus, Isaías vê sua própria miséria (v.5):
  • Lábios impuros (contaminação) - Ele percebe que seu estilo de vida era totalmente contrário à vontade de Deus e que havia, mesmo sem perceber, adquirido para si os hábitos dos que estavam ao seu redor.
  • Estou perdido - Ele sente o desespero diante da constatação de que era um homem contaminado pelo pecado. 
      A percepção que Isaías tem de si mesmo quando vê a glória de Deus, traz uma atitude de reconhecimento de seus erros.Ele foi confrontado com o que estava errado em sua vida.Isso nos leva a entender que quanto mais nos aproximamos de Deus mais somos confrontados com nossos erros e sentimos a necessidade de mudança.Isaías sentiu-se desesperado ao ver o quão distante estava do padrão de santidade de Deus.Muitos por aí dizem ter tido um encontro com Deus, mas permanecem nos mesmos pecados, continuam nas mesmas práticas erradas.Só quem teve um verdadeiro encontro com Deus sentirá essa necessidade de mudar sua conduta.
   

      3.  Isaías é purificado com uma brasa tirada do altar (vv. 6,7).
   A purificação e a capacitação de que Isaías precisava não poderia ser operada por outro que não o próprio Deus. Ele percebe suas fragilidades e clama por socorro e a purificação é enviada dos céus.
  A mudança que precisamos que seja operada em nossas vidas só ocorrerá se reconhecermos que somos incapazes de operá-la por nossa própria conta. Muita gente pensa que resolverá seus problemas e questões com seu próprio esforço e ficam "dando murro em ponta de faca", tentando vencer sozinho. Precisamos reconhecer as limitações que temos e pedir ajuda dos céus, pois Deus é poderoso para realizar em nós uma purificação tal que torne até aqueles pecados que sejam vermelhos como carmesim, brancos como a pura lã (Is 1:18).
 
    4.Depois de ser purificado, Isaías pôde responder ao chamado de Deus (Is 6:8).

  • Ele foi impactado de modo a mudar de vida. O homem que antes estava achando que ia perecer, agora responde: eis-me aqui,envia-me a mim. Se antes ele não estava pronto para estar diante de Deus, agora está pronto para servir. Algumas pessoas, infelizmente, não conseguem avançar na vida espiritual. Permanecem no estágio onde se sentem completamente incapazes e não conseguem chegar ao estágio da prontidão para o serviço. Vivem se sentindo inferiores e incapazes, esquecendo-se de que quem capacita é Deus. Isaías não ficou apenas no reconhecimento de suas fraquezas, ele se permitiu ser tocado por Deus e se prontificou para serví-lo.
  • A tarefa não seria fácil, Deus deixa bem claro que o povo era de duro coração e que sua mensagem não seria bem aceita, antes seria rejeitada (Is 6:9,10). Mas agora Isaías conhecia o Senhor e não declinaria de sua missão. Mais tarde, ele faz declaração da fidelidade desse Deus que se deu a conhecer a ele: "Os que esperam no Senhor renovarão as sua forças" (Is 40:31)"Operando Deus quem impedirá?"(Is 43:13); "Deus trabalha para os que nele esperam" (Is 64:4). Independente das dificuldades do ministério, Isaías queria servir a Deus, a visão de sua glória o constrangeu a entregar mais de si mesmo pra Deus.
   A história do chamado de Isaías nos revela que quando temos uma visão da grandeza de Deus, sentimos arder dentro de nós um desejo urgente de entregarmo-nos a ele sem reservas, sem temer as dificuldades que possam sobrevir, pois se é Ele quem está chamando podemos confiar que estará no controle de tudo, mesmo nos momentos mais difíceis.

Deus vos abençoe.

Até.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Vida com música

   Todo mundo tem pelo menos uma música que marcou sua vida. Música que lembra a infância,um amor da adolescência,uma conquista,um fracasso,uma vitória,uma perda,um momento de alegria ou um momento de grande tristeza.Independente da lembrança,a música estava lá bem presente e hoje quando ouvimos novamente lembramos daqueles momentos idos,às vezes ela aviva a memória de tal maneira que dá pra sentir não só as mesmas emoções como até pra sentir o cheiro e os sabores daquela lembrança.
   Sou do tipo que tem uma trilha sonora para cada fase que vivo e quando o tempo passa sou capaz de lembrar exatamente onde estava quando ouvi determinada música.
   É o poder da música na vida do ser humano.Imagine viver sem música!A vida seria bem menos divertida e muito mais estressante.É claro que tem coisas por aí que denominam de música,mas que,para alguns mais conservadores, é apenas barulho.Mas tudo é uma questão de gosto e gosto não se discute,cada um tem o seu.
   Nos cultos realizados no Antigo Testamento, a música tinha um papel importante e estava sempre presente. Moisés,quando estava à beira do Jordão, lembrando  toda a jornada os que israelitas haviam feito até ali e já sabendo que morreria em breve, compõe um cântico (Dt 32) para que os hebreus pudessem transmitir às gerações seguintes a história de Deus e o seu povo. Uma didática perfeita para transmitir conhecimento e que é muito utilizada hoje em dia com as crianças. O conteúdo transmitido pela música ficava assim arquivado na memória do povo de Deus.
   Mais tarde,Davi, um grande músico e compositor, institui o ministério dos cantores para ministrarem nos momentos de adoração.Duas famílias que muito se destacaram nesse ministério foram os filhos de Asafe e os coraítas dentre outros (ICr 25).
   "A tradição diz que o Sl 24 era cantado no primeiro dia da semana, nos cultos realizados no Templo.Provavelmente escrito para celebrar a mudança da Arca de Deus da casa de Obede-Edom para Jerusalém (IISm 6:10-12). As pessoas do lado de fora clamariam para que os portões do recinto se abrissem e deixassem entrar o Rei da Glória.Do lado de dentro,os sacerdotes perguntariam: "Quem é esta Rei da Glória?".Todos responderiam: "O Senhor forte e poderoso". Os portões do Templo se abririam em resposta ao desejo dos adoradores de terem a presença de Deus com eles (comentário da Bíblia de Aplicação Pessoal). E, através da música e do gesto,todos aprendiam uma lição importante sobre a grandeza e majestade de Deus.
   Então, adoração e música sempre estiveram relacionados.Embora adorar não seja apenas cantar,mas entoar louvores a Deus faz parte da adoração.Paulo frisa bem esse fato ao declarar:Falando entre vós com salmos, e hinos, e cânticos espirituais:cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração (Ef 5:19).
   Uma boa música é capaz de ensinar, produzir gratidão,alegria e esperança no coração antes entristecido. Então encha seu dia de música e adore a Deus!
                                               
                                                     Até.

 

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Joquebede - um exemplo de entrega


 "E foi-se um varão da casa de Levi e casou-se com uma filha de Levi. 
E a mulher concebeu, e teve um filho,e, vendo que ele era formoso, escondeu-o por três meses.
Não podendo, porém, mais escondê-lo, tomou uma arca de juncos e a betumou com betume e pez;e pondo nela o menino, a pôs nos juncos à borda do rio."(Êx 2:1-3).
  Nascida na escravidão do Egito, esperava como qualquer israelita o cumprimento da promessa feita a Abraão de que, após quatrocentos anos de servidão, o seus descendentes seriam uma nação livre (Gn 15:13,14). E na escravidão do Egito, Joquebede, que era descendente de Levi, se casa com Anrão, também descendente de Levi (Êx 6:20). A vida segue o curso natural e Joquebede tem dois filhos: Miriã e Arão.
   Logo, a situação, que já era ruim, se torna ainda pior. O Faraó observa que o número de israelitas  crescia de forma assustadora e ele teme a força que este povo podia adquirir se acabassem se dando conta de como haviam se multiplicado. Em caso de guerra, eles poderiam se aliar aos inimigos do Faraó e se  revoltar contra os egípcios (Êx 1:7-9). A estratégia que Faraó usa para tentar parar esse crescimento é a opressão. Impõe sobre eles trabalhos forçados, mas isso não foi suficiente para parar o povo israelita. O Faraó então toma uma atitude cruel: todos os recém nascidos do sexo masculino deveriam morrer (Êx 1:15-22) e as parteiras é que teriam que executar essa ordem.
   Era uma estratégia diabólica para enfraquecer o povo de Deus.O número de homens diminuiria e eles perderiam força. Mas as parteiras não executam o projeto do Faraó por temor a Deus. Essa atitude trouxe bênção pra vida delas (o temor do Senhor é o princípio da sabedoria).
   Diante de mais um fracasso, o faraó dá uma nova ordem que dava direito a qualquer egípcio de tirar a vida dos meninos hebreus. Antes as parteiras teriam essa função, agora todo o Egito tinha esse dever de tirar a vida dos recém nascidos de sexo masculino. Apenas as meninas seriam poupadas (Êx 1:22). Houve uma progressão da maldade e da opressão.
   É nesse período que Joquebede engravida novamente, debaixo dessa nova ordem.Foram nove meses de angústia para aquela mãe imaginar o destino que o bebê gerado em seu ventre poderia ter.
   Finalmente a criança nasce, e o que deveria ser motivo de alegria,pois naquela época ter filhos homens era algo extremamente valorizado por ser o homem o líder,o responsável pelo clã, torna-se motivo de angústia e tristeza.Era um menino que nascia com o destino de morte já assinalado.
   Só que Joquebede era uma mulher extraordinária, não se entregava aos problemas da vida sem pelo menos lutar. Ela esconde a criança por três meses (Êx 2:2).
   Mas a criança crescia cada vez mais e a mãe percebe que não poderia escondê-lo pra sempre. Era o momento de uma nova atitude, de agir por outros meios. Ela confecciona um cesto (arca) de junco (gramíneas que crescem à beira de rios ou em áreas alagadas ou úmidas e que era usada para confeccionar cestos), betuma o cestinho com betume (substância semi-sólida usada para vedação de fendas na madeira e outros materiais;popularmente chamada de piche) e pez (substância resinosa do pinheiro e de outras árvores pnáceas) e põe dentro do cesto e coloca o cesto  nos juncos à borda do rio (Êx 2:3). Era a última atitude que poderia tomar: entrega total do maior bem que possuía ao cuidado de Deus. A parte dela já havia sido feita agora o futuro estava dependendo unicamente de Deus.
   Miriã ficou de longe observando pra ver o que ia acontecer e viu quando a filha do Faraó desceu ao rio para se banhar e achou a arca com o bebê dentro.A princesa percebeu que aquele era uma criança hebréia e se compadeceu do menino (Êx 2:6). Miriã então se oferece para buscar uma ama para a criança e a princesa aceita. Joquebede chega diante da filha do Faraó para receber nos seus braços o seu próprio filho e ouve:
  "Leva este menino e cria-mo;eu te darei teu salário"(Êx 2:9). Como Deus é tremendo! Ele deu livramento à criança, o devolveu à sua mãe e Joquebede ainda ia receber um salário para cuidar do filho que nascera para morrer.
   Joquebede ficou com Moisés até que ele desmamasse e, com certeza, esse período de convivência entre eles fez muita diferença na vida dele. Especialistas salientam a importância da primeira infância. E Deus permitiu que Joquebede estivesse presente nos primeiros anos da vida de Moisés porque ela confiou em Deus.
Sl 37:4-5 diz:


  • Deleita-te também no Senhor, e Ele te concederá o que deseja o teu coração.
  • Entrega o teu caminho ao Senhor;confia nEle, e Ele tudo fará.
   Joquebede entregou Moisés aos cuidados do Senhor e vivenciou o milagre. Precisamos nos entregar também, confiar nossas preocupações aos cuidados de Deus. Quando nossos recursos se esgotam precisamos ter plena confiança  naquilo que Deus vai fazer, pois Ele sabe dar um desfecho melhor que o nosso.
Até.
   

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Oração eficaz

   O que é oração?
   Segundo o dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, oração é uma súplica religiosa; prece, rogo. Mas eu prefiro definir a oração com uma frase que li certa vez: a oração é um diálogo entre duas pessoas que se amam. Sim, porque temos prazer de conversar com quem amamos.
   Orar é falar com Deus e uma coisa que Deus valoriza é o relacionamento com o ser humano. A Bíblia diz que, no Jardim do Éden, Deus ia ao encontro de Adão e Eva todos os dias pela viração do dia (final do dia) (Gn 3:8). A entrada do pecado no mundo afetou esse relacionamento entre o homem e Deus, mas podemos resgatar um pouco daquele relacionamento de que Adão e Eva desfrutavam, através da oração.
   A oração é um meio de se achegar à presença de Deus, ao trono da graça com confiança. A aproximação  ao santíssimo,que outrora era limitada apenas ao sumo sacerdote, agora, pelo sangue de Jesus, torna-se possível. Mas, alguns parecem ignorar tal bênção. Se na Antiga Aliança, os servos de Deus utilizavam-se da oração para se achegar a Deus, quanto mais quando o véu já foi rasgado deveríamos nos utilizar de tal prática (Hb 10:19-23).
   Jesus fala sobre entrar no seu aposento, fechar a porta e falar ao Pai que Vê o que está oculto (Mt6:6). Isso fala de intimidade e comunhão.
   Queremos conhecer a Deus, ou pelo menos é isso que dizemos,mas como ter intimidade com alguém com quem não nos relacionamos? Como conhecer alguém com quem não travamos diálogo? Impossível. Para conhecer alguém é preciso relacionar-se. A oração é um dos meios de se relacionar com Deus.
   Alguns querem usar a oração como amuleto para conseguir o que querem. Como se a oração fosse uma lâmpada mágica que ativa um poderoso gênio capaz de realizar quaisquer desejos que tenhamos. Mas não é o que a Bíblia ensina acerca da oração.
   Tiago lista dois motivos pelos quais não se alcança algumas coisas (Tg 4:2,3):

  • O ato de não pedir (v.2);
   A pessoa deseja, cobiça, combate, guerreia, mas não alcança nada porque não se volta para Deus e para a oração. Ou seja, tenta com seus próprios esforços mas se esquece de depender de Deus.

  • O ato de pedir mal (v.3).
   Pede, mas não para glorificação do nome de Deus e sim para satisfazer seus desejos egoístas.
   Não seremos atendidos se a oração não estiver de acordo com a plena vontade de Deus, mesmo sendo boa a nossa intenção. Afinal, Deus é soberano. Paulo vivenciou isso quando orou pedindo que Deus o livrasse do espinho na carne (IICo 12:7-9). A resposta não foi como ele esperava e sim:a minha graça te basta! Quando orou, Paulo esperava ser livre desse problema, mas Deus em sua soberania o sustentou com sua graça para que ele suportasse o problema.
   Um exemplo de vida de oração se dá com Neemias. Judá fora levada cativa por ter abandonado o Senhor, seu Deus. Jerusalém e o templo foram destruídos. O cativeiro duraria 70 anos. Após esse tempo, Ciro, em cumprimento à profecia de Isaías (Is 44:28), determina a volta dos judeus à sua terra pátria.Os primeiros exilados voltam sob a liderança de Zorobabel (Ed 2:2), depois um novo grupo retorna a Judá sob a liderança de Esdras (Ed 7:6,7).
   Nesse meio tempo, Neemias fica sabendo que os muros de Jerusalém estavam destruídos. Isso trazia humilhação, insegurança e desencorajamento para o povo. Neemias se entristece, mas não deixa de tomar uma atitude diante da tristeza e da calamidade. Ele vai orar e expor diante de Deus aquilo que estava sentindo e a situação que ele queria ver mudada (Fp 4:6;I Pe 5:7).
   Ele orou no mesmo propósito durante dias (Ne 1:4) e a resposta não foi imediata.
   Neemias era copeiro do rei persa Artaxerxes, que acabou percebendo uma diferença na fisionomia de Neemias e o questionou quanto a isso.Depois de explicar a situação que seu povo enfrentava, é-lhe dada a oportunidade de pedir ao rei o que queria que se fizesse. Mas uma vez vemos Neemias orar. Antes de tomar uma decisão, ele ora. Havia um desejo no coração dele, mas ele queria a direção de Deus (Ne 2:4).
  Neemias é enviado à Jerusalém e começa o trabalho de reedificação dos muros. A oposição surge e diante dela, Neemias não recua, ora (Ne 6:9).
   A obra é finalizada (Ne 7:15) e, com certeza, uma das coisas que garantiram a vitória foi a vida de oração de Neemias.
   Possamos, nós, aprender, a exemplo de grandes homens e mulheres de Deus, quão eficaz é a oração. Já disse alguém: a igreja avança de joelhos. E eu ouso dizer que o crente que não ora é como um filho que não dialoga com seu pai, mas espera receber dele tudo o que quer.
                                                
                                                    Paz.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

A parábola do amigo importuno (Lc 11:5-13)

   Um discípulo, logo que Jesus termina uma oração, lhe pede para que os ensine a orar. Jesus ensina uma oração modelo -Pai Nosso- (Lc 11:1-4) e conta-lhes, logo em seguida, a parábola do amigo importuno.
   v.5-Disse-lhes também: Qual de vós terá um amigo, e, se for procurá-lo à meia-noite, e lhe disser: Amigo, empresta-me três pães.
  • O amigo vai à procura do outro numa hora imprópria, à meia-noite para pedir pão.
   v.6-Pois que um amigo meu chegou a minha casa, vindo de caminho, e não tenho que apresentar-lhe;
  • Ele tem uma necessidade que surge inesperadamente (falta de pão diante da chegada de um hóspede) e ele recorre a alguém que possa ajudá-lo. Ele procura alguém com quem ele tem um relacionamento de amizade (Fp 4:6).
   v.7-Se ele, respondendo de dentro, disser: Não me importunes; já está a porta fechada, e os meus filhos estão comigo na cama: não posso levantar-me para tos dar.
  • É-lhe incômodo e inconveniente levantar-se, pois tudo já está preparado para dormir.
   v.8 - Digo-vos que ainda que se não levante a dar-lhos, por ser seu amigo, levantar-se-á, todavia, por causa da sua importunação, e lhe dará tudo o que lhe houver mister.
  • Embora a hora seja imprópria até para um amigo ajudá-lo, a sua insistência muda a situação. Se ele não receber por causa do relacionamento, vai alcançar pela perseverança (Lc 18:1-5).
   v.9 - E eu vos digo a vós: Pedi e dar-se-vos-á: buscai, e achareis: batei, e abrir-se-vos-á;
  • Jesus enfatiza que para alcançar é necessário pedir.
   v.10 - Porque qualquer que pede recebe; e quem busca acha; e a quem bate abrir-se-lhe-á.
  • Jesus usa três verbos (pedir, buscar, bater) para ressaltar a importância da oração.
  • Ele recebe o que precisa porque se dispõe a buscar e insiste nisso. Ele não considerou os obstáculos - hora imprópria, inconveniência, uma possível negativa - e vai em busca do que precisa.
   v.11 - E qual o pai dentre vós, que se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou também, se lhe pedir peixe lhe dará por peixe uma serpente?
   v.12 - Ou também, se lhe pedir um ovo, lhe dará um escorpião?
  • Jesus compara o cuidado de Deus co o cuidado de um pai que não nega aos filhos aquilo que lhe é pedido e nem dá aos filhos aquilo que lhes provoque dano. Eis uma razão porque não recebemos alguns de nossos pedidos, pois podem parecer para nós que são boas coisas, mas o Pai sabe que nos fará mal.
   v.13 - Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?
  • Se o ser humano sabe dar boas coisas aos seus filhos, quanto mais o fará Deus, que é perfeito em bondade, poderá nos dar bênçãos maiores do que imaginamos.
  • A maior dádiva que podemos receber é o Espírito Santo, que é o próprio Deus. E se podemos recebê-lo,podemos também estar convictos de que teremos nossas necessidades supridas pelo nosso Pai celestial.

Conclusão

   Jesus fala sobre a importância de orar e também de perseverar em oração a fim de que sejamos atendidos (Cl4:2a).

   Quando entendemos a importância da oração e aplicamos isso à nossa vida, passamos a usufruir de um relacionamento de maior intimidade com Deus e nossa confiança nEle é ampliada, pois entendemos que Deus nos ouve, responderá no devido tempo e de modo a cumprir a vontade dEle na nossa vida.
                                       Até.

sábado, 13 de julho de 2013

A mulher sunamita (II Rs 4:9-37)

   Essa passagem bíblica conta a história de uma mulher que residia em Suném (por isso é chamada de sunamita). Não se sabe o seu nome, mas sabe-se que era rica (v. 9). Sucedeu que, passando Eliseu por aquela cidade ela o reteve a comer pão em sua casa. E sempre que ele passava por ali se dirigia à casa dela para comer pão.
  1. Servir ao profeta foi iniciativa dela. Ninguém pediu que ela fizesse isso.(voluntariedade para servir) v.9;
  2. Quis oferecer algo mais belo e significativo. Não se conformava em oferecer qualquer coisa,queria excelência (v.10);
  3. Observou que Eliseu era homem de Deus (discernimento espiritual, observadora) v. 9;
  4. Buscou conselho e o apoio do seu marido antes de tomar uma atitude mesmo que seu desejo de servir fosse legítimo (não era precipitada) v.9;
  5. Queria ter o homem de Deus perto de sua família, ter o profeta em sua casa era ter o próprio Deus (intimidade, aproximação) v.10;
  6. Pelo seu zelo e dedicação recebeu uma promessa. Note-se que o que ela fez não foi por interesse, mas mesmo assim recebeu uma promessa de bênção (vv.13,16);
  7. A promessa se cumpriu e ela gerou uma criança, gerou o que não podia (v.17);
  8. O menino cresce e um dia passa mal e morre nos braços da própria mãe, todavia ela não segue a lógica convencional. O curso normal seria enterrar o morto, mas ela vai buscar o profeta. Não desistiu de sua promessa diante de uma impossibilidade (vv.19,20);
  9. O negócio dela era com Deus,com que lhe fez a promessa. Ela não reclama e nem expõe sua aflição a quem nada podia fazer diante daquela situação, mas quando chega diante do profeta derrama a sua alma e expõe toda a sua angústia e sofrimento (vv.26-28);
  10. Eliseu envia Geazi, porém ela não quer substitutos, ela quer aquele que é usado por Deus, ela quer o próprio Deus. Se Deus não está presente a vida não é restaurada e a morte não é vencida (vv.29,30);
  11. O milagre é operado, a vida é restaurada. Ninguém poderia sequer supor o que ela estava passando. No entanto, Deus estava no controle o tempo todo (v.36).
      Medite no exemplo dessa mulher, não desista diante das dificuldades, lute por aquilo que Deus te deu, por sua família, pelo seu chamado, pela sua comunhão com Ele. Vá em frente!
                                          
                                                Té mais!

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Além das aparências

   Será que é mesmo tão difícil quanto parece a gente tentar entender o que o outro sente e se colocar no lugar de quem tentamos entender.
   Penso que foi isso que Jesus quis transmitir ao dizer que "devemos fazer aos outros aquilo que desejamos que os outros nos façam"(Lc 6:31). Isto é, se colocar no lugar da outra pessoa e agir do modo que agiríamos se a história fosse conosco.
   É preciso maturidade, trilhar um longo caminho pra alcançar essa atitude. Mas o resultado é um ser humano melhor.
   Afinal, nem tudo é o que parece ser. Às vezes há uma verdade totalmente diferente  da que imaginávamos por trás das aparências...
   Como uma história que ouvi certa vez. Um menino tinha as mãos feias e deformadas. Isso fazia com que seus colegas zombassem dele. Um dia ele acabou contando a história de toda aquela feiura. Suas mãos ficaram feias e deformadas por causa de um incêndio que houve na casa onde ele morava e ele se queimou ao salvar seu irmão menor. Aquilo que era feio para os outros escondia uma linda história de amor entre dois irmãos. Pense nisso!
                                 
                                                   Até.

Uma questão de perspectiva

   Não te amo mais
   Estarei mentindo dizendo que
   Ainda te quero como sempre quis
   Tenho certeza que 
   Nada foi em vão
   Sinto dentro de mim que
   Você não significa nada
   Não poderia dizer jamais que
   Alimento um grande amor
   Sinto cada vez mais que
   Já te esqueci!
   E jamais usarei a frase
   EU TE AMO!
(Clarice Lispector)
   
   Esse poema da Clarice Lispector é carregado de frustração e melancolia pelo fim de um amor. E é sempre muito difícil quando chegamos ao final de uma história. Principalmente quando foi algo pelo que se lutou,algo com o qual se sonhou, algo pelo que se dedicou...dá uma sensação de frustração,um gosto amargo na boca...
   Mas até o fim de um sonho pode ter um lado positivo dependendo da perspectiva com que olhamos e da atitude que teremos diante desse fim. Pode ser a oportunidade perfeita pra se cair na real e ver que o sonho não era sonho, era ilusão. Pode ser a oportunidade perfeita pra começar de novo e agora com mais maturidade e experiência para não repetir os mesmos erros.
   E pra te mostrar como tudo na vida é apenas uma questão de perspectiva, leia mais uma vez o mesmo poema só que de baixo para cima e veja como tudo muda.
   Talvez sua vida só esteja precisando de uma releitura, de um olhar por outros ângulos. Vamos lá! Depois diga o que achou.
                               Té.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Abigail (ISm25)

   Abigail é um exemplo admirável de mulher. Imagino-a como uma mulher mansa, calma, mas de raciocínio rápido, delicada, mas também cheia de atitude, bonita não só por fora, mas principalmente por dentro.
   Como deve ter sido difícil para ela viver ao lado de um homem rude e mau. Sim, pois a Bíblia é enfática: Nabal era mau. 
   Ter a vida ligada a um homem bom já não é nada fácil, pois o casamento é um oceano de incertezas, que dirá então estar ligada a um homem mau por um dos laços mais fortes das relações humanas. A Bíblia diz que, ao se unirem, o casal se torna uma só carne. Se tornar uma carne com uma pessoa como Nabal poderia ter gerado muitas amarguras para a vida de Abigail. Ela poderia ter se tornado uma mulher extremamente pessimista, depressiva e desagradável. Mas não foi o que aconteceu.
   Ela não se deixou dominar por todo o mau que estava à sua volta. A sua comunhão com Deus era suficiente para enchê-la de amor e sensibilidade a ponto de se importar com o bem estar dos outros. Ela não era agradável por causa das coisa externas e sim porque algo foi realizado dentro dela e daí evidenciado e exteriorizado.
   Quando Nabal recebe um pedido de Davi responde com extrema arrogância, mesmo sabendo que Davi havia guardado seus rebanhos evitando que Nabal sofresse perdas:"Quem é Davi, e quem é o filho de Jessé?...Tomaria eu,pois,o meu pão, e a minha água, e a carne das minhas reses que degolei para os meus tosquiadores e o daria a homens que eu não sei de onde vem?"(ISm25:10,11).
   Davi fora ungido rei em lugar de Saul, porém ainda não havia chegado o tempo de assumir o reino. Sua popularidade fez com que Saul o invejasse ao ponto de procurar matá-lo, fazendo, assim, com que ele tivesse que fugir para salvar sua vida. É nesse momento que Davi faz um pedido a Nabal e recebe essa resposta rude. Davi, então se dispõe a subir o Carmelo (local em que Abigail e Nabal moravam) para guerrear. A atitude de Davi deve ser entendida dentro desse contexto no qual ele estava vivendo: fugindo,ameaçado de morte, acuado.
   Davi já havia trilhado caminhos muito difíceis: fingira-se de louco para Aquis (ISm 21:10-15); escondera-se na caverna de Adulão (ISm 22:1,2); todos os sacerdotes de Nobe foram assassinados por tê-lo ajudado (ISm 22:6-19); fora perseguido por Saul no deserto de Zife (ISm 23).
   Davi estava encurralado, coagido e num momento de extrema pressão psicológica e espiritual quando recebe a resposta rude de Nabal. Então decide subir o Carmelo para destruir tudo.
   Mas, não é à toa que a Bíblia diz que a mulher sábia edifica a casa (Pv 14:1).
      Abigail:

  1. Não ficou passiva diante da tragédia anunciada (vv.18);
  2. Tomou uma atitude de ir ao encontro de Davi (vv.18-20);
  3. Tomou provisões (dádivas, presentes)(v.18);
  4. Humilhou-se (v.23);
  5. Deu um bom conselho para Davi (vv.24-31);
  6. Livrou sua casa do mal (v.35).
   Com nossas atitudes podemos também evitar que o mal alcance nosso lar. Às vezes passamos muito tempo reclamando e esperando que os outros mudem. Mas a mudança primeiro precisa ser operada dentro de nós. Quando isso acontece, quando permitimos que Deus nos torne "agradáveis", podemos ser usadas como instrumento de libertação e geração de milagres.
     
                                                 Té mais.

Ser especial

   Toda mulher quer se sentir especial.  Não importa o grau de escolaridade ou o nível social. Nenhuma de nós quer ser apenas mais uma. Queremos nos sentir únicas.
   Afinal de contas, fomos criadas ouvindo histórias de contos de fadas, onde as princesas eram salvas por um príncipe e viviam felizes para sempre ao lado dele. Só que não existem príncipes encantados. A vida real é muito real. Contas para pagar, filhos para educar. Nem sempre aquele cara que jurou diante do altar te amar até a morte vai conseguir preencher as sua expectativas. Afinal, ele é um ser humano cheio de limitações e que,na verdade,  não consegue entender o universo feminino tão bem assim.
   Precisamos parar de focar no outro para focar um pouco em nós mesmas:O que eu quero pra mim? No que eu posso melhorar?
   Uma vez, lendo o livro "Olhai os lírios do campo"de Érico Veríssimo, me chamou a atenção um diagnóstico que o dr. Eugênio deu a um paciente que reclamava de dores nos olhos. Ele disse ao paciente, que lia muito, para tirar um pouco os olhos dos livros e olhar para o horizonte. Era disso que ele precisava, ampliar um pouco o seu olhar. E é disso que precisamos muitas vezes, ampliar nosso olhar, tirar o foco dos problemas, daquilo que nos incomoda e olhar para o que temos de bom.
   Afinal ninguém tem que exigir ser tratado de modo especial. Ser especial é uma condição viva dentro de cada um, ou eu sou ou não sou e não é preciso que ninguém me diga isso. Eu sei e ajo de acordo com esse saber.
   
                                           Té mais.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Você é tudo!

   Sempre me pego pensando sobre o que é ser mulher. E, falando sério, é sério demais isso. A gente tem que aprender a cumprir mil e uma tarefas nesse mundo cão! Somos mães, esposas, profissionais e, enfim, mulheres.
  O problema disso tudo está quando nos perdemos no meio do caminho, atoladas em tantas tarefas que acabamos nos esquecendo de nós mesmas. E isso não deveria acontecer nunca! Pois se somos nós que cuidamos dos outros, devemos estar bem conosco mesmas para essa árdua tarefa. É como aquele lance que você ouve no avião: em caso de despressurização, favor colocar a máscara. O primeiro pensamento pode ser o de tentar ajudar o outro primeiro, principalmente se for alguém que a gente ama. Mas para socorrer alguém, tenho que pôr a máscara em mim primeiro. Senão, ao tentar ajudar alguém primeiro, posso me dar mal e não conseguir ajudar ninguém. Para conseguir ajudar alguém preciso estar bem cuidada antes. Preciso estar bem dentro da minha própria pele para poder fazer o bem.
  Fica aqui a dica:cuide-se,cuide de sua mente,de seu corpo,de seu coração. Você é tudo!

                                         Até!