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segunda-feira, 30 de junho de 2014

Deixando a ansiedade

   "Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas com ação de graças. E a paz de Deus que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus" (Fp 4:6,7).
   
  Ansiedade, estresse, angústia e inquietação, são palavras bastante comuns hoje em dia. Vivemos numa época onde o ritmo é extremamente intenso, frenético, tanto que parece que 24 horas é pouco pra fazer tudo que precisamos e tudo o que queremos. Daí tornou-se comum ouvir as pessoas dizerem: "Que estresse!", "Estou estressado!", "Não aguento tanto estresse!". Dizem por aí que esse é o preço que se paga pelo estilo de vida moderno. Mas será que temos mesmo que viver assim?     
   Quando Paulo escreveu a carta aos Filipenses (por volta do ano 61 d.C.), ele estava preso em Roma. E nesta carta, Paulo fala acerca de coisas que parecem ser completamente opostas ao que alguém na situação a qual ele se encontrava poderia falar. Havia motivos de sobra para angústia, ansiedade, estresse, preocupações, e em alguns momentos esses sentimentos até estavam presentes na vida do apóstolo: "Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído tanto a ter abundância, como a padecer necessidade. Posso todas as coisas naquele que me fortalece. Todavia fizestes bem em tomar parte nas minhas aflições" (Fp 4:12-14). No entanto, as dificuldades vivenciadas no exercício do ministério que lhe fora confiado pelo próprio Senhor Jesus não eram suficientes para fazê-lo desistir: "Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo. E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como esterco, para que possa ganhar a Cristo" (Fp 3:7,8).
   E Paulo fala de alegria tantas vezes na carta aos Filipenses, que ela é também considerada a "Epístola da Alegria". Mas como, do meio de tantas dificuldades e tribulações, Paulo consegue falar de alegria, regozijo, e ainda mais de paz? Paulo aprendera a vencer a ansiedade através da oração (Fp 4:6). Em um mundo caótico e atribulado, ele nos convida a não nos deixar vencer pela inquietação que a ansiedade provoca, depositando nossas necessidades diante de Deus pela oração.
  Às vezes andamos tão nervosos, preocupados, ansiosos, sem saber o que fazer, tentando de alguma forma solucionar os problemas e obter alívio das pressões do dia a dia e não conseguimos nenhum resultado positivo. E a nossa incapacidade de resolver os problemas na hora que queremos e do modo que desejamos, só faz com que nos estressemos ainda mais. Todavia, a Palavra de Deus nos ensina como acalmar o coração mesmo quando há inquietação por toda parte: orando. Um momento a sós com Deus, quando rasgamos o coração e deixamos tudo que nos inquieta diante dele, fazendo com que as angústias, as dificuldades, as necessidades (todas elas) se tornem conhecidas por Ele. É como convidar o nosso meigo Salvador para entrar no nosso caos e desassossego e ajeitar as coisas pra nós. Pra quê carregar um fardo tão pesado, se podemos trocar pelo fardo dEle que é leve: "Vinde a mim todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve" (Mt 11:28-30).
   O resultado que essa dependência de Deus traz a nós é um coração guardado pela paz de Deus, uma paz que excede a todo entendimento. A paz que o mundo procura e luta para conquistar é baseada em circunstâncias externas, depende de coisas exteriores, mas a paz de Deus depende única e exclusivamente de Deus.

Paz e até.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

O refúgio secreto

"Se você fizer do Altíssimo o seu abrigo, do Senhor o seu refúgio, nenhum mal o atingirá, desgraça alguma chegará à sua tenda" (Sl 91:9,10 - NVI).


   Antes de começar a ler o livro 'O Refúgio Secreto', pensava que o refúgio do título se tratasse apenas de um lugar físico. Havia sim, um lugar físico, porém quando, iniciei minha leitura, entendi que ia muito além disso. A história ,real, se passa na Holanda no período da Segunda Guerra Mundial, e conta a história de Corrie Ten Boom e sua família.
  Quando a Holanda foi invadida pelos nazistas e a 'solução final' (o extermínio dos judeus) de Hitler foi posta em prática, a família de Corrie começou a esconder pessoas, que deveriam ser deportadas, em sua casa. Uma atitude que representava grande risco para toda aquela família, mas que eles estavam dispostos a correr para ajudar o próximo. No início, eram pessoas conhecidas, mas, com o decorrer do tempo, estavam ajudando também pessoas que nunca tinham visto antes. Até que o esconderijo na velha casa de Corrie foi descoberto e ela, seus irmãos Betsie, Nollie, Willem, seu sobrinho Peter e seu velho pai (Casper de 84 anos) foram presos pela Gestapo (polícia secreta nazista). A ele foi oferecida a liberdade em troca de que não mais ajudasse nenhum judeu, mas ele garantiu que se fosse solto não deixaria de ajudar a quem precisasse. Casper morreu pouco tempo depois na prisão.
   Corrie foi espancada, humilhada, separada de sua família, de sua irmã Betsie que era também sua melhor amiga e passou quatro meses trancafiada em uma solitária, tendo por companheiros os 4 Evangelhos que conseguira esconder. 
   Mais tarde, Corrie e Betsie estiveram em dois campos de concentração. No segundo campo para o qual foram levadas (Ravensbrück), reuniam-se todas as noites para lerem a Bíblia com um pequeno grupo de mulheres que se tornava cada vez maior. Betsie agradecia a Deus pelas pulgas, enquanto Corrie não via motivo em agradecer por isso, até que entendeu que o motivo dos guardas não incomodarem suas reuniões de leitura da Palavra eram as benditas pulgas, e também agradeceu a Deus por elas.
   Betsie morreu no campo de concentração, e Corrie foi libertada e pôde voltar para seu país depois de anos de sofrimento. 
   Uma das coisas que mais me chamaram a atenção nessa história, foi a capacidade de amar que o coração de Corrie conseguiu adquirir. Depois do fim da guerra, ela criou um centro de ajuda aos sobreviventes da guerra, mas a ajuda também se destinava aos que apoiando o governo nazista, tinham traído seu país e seus irmãos e que se encontravam desamparados com a derrocada alemã, visto que ninguém que tinha sofrido com os horrores da guerra queria ajudar quem tivesse apoiado um governo tão cruel. Todavia, diferente da maioria das pessoas, a dor, a perda e os sofrimentos não encheram o coração de Corrie de rancor e ódio. Aprendera que "Não há cova tão profunda que o amor de Deus não possa chegar a ele". E o amor de Deus a alcançou de forma tão profunda que, ao encontrar-se com um dos guardas mais cruéis do campo Ravensbrück, perdoou-o.
   O refúgio secreto que permitiu a Corrie manter seu coração perfeito diante de Deus mesmo depois de tanta dor, foi o próprio Deus. Por que ela se refugiou em Deus, seu coração não foi destruído pelo mal.
   
   Lições que podemos aprender com esse livro:

  1. Quem se abriga em Deus, não é destruído pelo mal. Mesmo que estejamos mergulhado num mar de dor, podemos encontrar nEle um lugar seguro onde nosso coração é preservado pelo próprio Deus: "Deus é o nosso refúgio e a nossa fortaleza, auxílio sempre presente na adversidade (Sl 46:1 - NVI) ;
  2. É possível amar a quem nos faz mal e deixar o amor de Deus falar mais alto a fim de nos tornarmos livres de toda amargura: "Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem" (Mt 5:44 - NVI);
  3. Independente da situação que estejamos enfrentando sempre podemos ser um instrumento que leve a Palavra e o amor de Deus aos necessitados: "Tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé. Ele, pela alegria que lhe fora proposta, suportou a cruz, desprezando a vergonha, e assentou-se à direita do trono de Deus. Pensem bem naquele que suportou tal oposição dos pecadores contra si mesmo, para que vocês não se cansem nem desanimem" (Hb 12:2,3 - NVI);
  4. Toda dor e sofrimento terrenos são apenas temporários. Se comparados com o que Deus tem preparado para nós, elas se tornam leves: "Considero que os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada" (Rm 8:18 - NVI);
  5. Nada, por pior que seja, tem poder suficiente para nos separar de Cristo: "Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? Pois estou convencido de que nem morte, nem vida, nem anjos, nem demônios, nem o presente, nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor" (Rm 8:35, 38, 39 - NVI).
     Corrie faleceu em 15 de abril de 1983 e ajudou a salvar mais de 800 pessoas.


   


Fiquem na paz e até.

terça-feira, 17 de junho de 2014

Eu quero o futuro que Deus quer me dar

   "Porque eu bem sei os pensamentos que penso de vós, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais. Então me invocareis, e ireis, e orareis a mim, e eu vos ouvirei. E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração" (Jr 29:11-13).

   Venho de duas semanas absolutamente corridas, em que nem tive tempo de escrever nada aqui no blog. Mas foram dias de muito aprendizado e que resultaram em muitas bênçãos. E, nesses dias, esse texto de Jeremias falou forte ao meu coração.São versículos que, desde a minha adolescência, marcam muito a minha vida toda vez que os leio. São daqueles que levam à meditação instantaneamente (pelo menos comigo é assim).
   No capítulo 29, jeremias escreve uma carta aos que estavam no exílio babilônico (Nabucodonosor já havia invadido Judá duas vezes e levado pessoas para o cativeiro na Babilônia, em 605 a.C. e em 586 a.C.). Alguns falsos profetas haviam se levantado e anunciavam uma falsa paz: "Não vos enganem os vossos profetas que estão no meio de vós, nem os vossos adivinhos, nem deis ouvidos aos vossos sonhos que sonhais" (Jr 29:8). Tais "profetas" proclamavam a vitória de Judá e o retorno dos cativos à sua terra natal, mas a palavra de Deus acerca do cativeiro era muito clara: ele iria acontecer (Jr 29:10). Para os judeus era inconcebível imaginar que Deus permitiria que eles fossem afastados de Jerusalém, mas era exatamente esse o plano de Deus para eles. 
   Mas aí, chega o versículo 11 e Deus diz através do profeta: "Eu sei que pensamentos penso de vós". Deus mostra aos exilados que está no controle da história o tempo todo. Ainda que por um momento tivessem que passar pela aflição do exílio, o fim que Deus havia planejado iria se cumprir e eles voltariam para o lar no tempo determinado e com uma experiência ainda mais profunda com Deus.
 É claro que o que os levou ao cativeiro foi o seu próprio pecado, o afastamento de Deus, a idolatria, mas mesmo sem termos cometido pecado algum também passamos por momentos difíceis. E, às vezes, nem sequer conseguimos entender o porquê de algumas situações, mas quando vejo Deus dizendo que os pensamentos dele nunca são para o nosso mal, me sinto confortada e em paz. É esse tipo de paz que Jesus promete-nos: a paz que o mundo não pode proporcionar (Jo 14:27). E ao perceber que os pensamentos de Deus são mais altos do que os meus (Is 55:8,9), que Ele já sabe o final da história, eu posso então declarar que: Quero o futuro que Deus quer me dar. 

Paz e até!