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segunda-feira, 8 de junho de 2015

A expectativa do homem e a ação de Deus

   Ontem na Escola Bíblica Dominical debatemos um assunto muito interessante. Nossa revista é da Editora Betel e nesse trimestre estamos estudando sobre Moisés, o legislador de Israel. E, durante nossa aula, nos vimos conversando acerca das expectativas humanas e a ação de Deus. Foi tão engrandecedor que acabei decidindo escrever esse post.
   Expectativa de acordo com a definição dada pelo dicionário significa 'estado de quem espera algum acontecimento, baseando-se em probabilidades ou na possível efetivação deste'. É normal do ser humano criar expectativa em torno das coisas e com isso somos levados a imaginar a melhor maneira (de acordo com nossa visão) das coisas acontecerem. Planejamos mentalmente a forma ideal para que as coisas aconteçam e esperamos que assim seja. Só que, na grande maioria das vezes, os acontecimentos se dão de forma completamente diferente daquilo que desejávamos. Foi o que aconteceu com o povo de Israel. A Bíblia diz que após 430 anos no Egito onde foram escravizados e oprimidos, clamaram a Deus por um livramento. E então Deus agiu. Só que não da maneira que esperavam. Talvez pensassem que, a partir do momento que Deus agisse a favor deles, não teriam mais que vivenciar a dor e o sofrimento. Mas aconteceu o oposto, Deus enviou Moisés para libertar o povo do Egito e, quando ele, junto de Arão, se apresentou diante de Faraó, a opressão sobre os israelitas aumentou. E, sem conseguir entender, o povo murmurou.
   Mais tarde, após saírem do Egito, da casa da servidão e experimentarem a liberdade pela primeira vez, o povo se deparou com a sede e reclamou. Ao sentirem vontade de comer carne,  reclamaram novamente. Vez após vez, eles reclamaram. A ação de Deus sobre a vida deles não correspondia à expectativa. Entenda, não estou falando que a ação de Deus seja imperfeita, pelo contrário, o que quero enfatizar é a dificuldade humana de reconhecer que os pensamentos de Deus são mais altos que os nossos: "Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos pensamentos" (Is 55:9). O deserto era só de passagem, e serviria para conhecerem a Deus e aprenderem a depender dele e a relacionarem-se com ele com intimidade: "E te lembrarás de todo o caminho, pelo qual o Senhor teu Deus te guiou, no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, e te tentar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias os seus mandamentos, ou não. E te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conheceste, nem teus pais o conheceram; para te dar a entender que o homem não viverá só de pão, mas que de tudo o que sai da boca do Senhor viverá o homem" (Dt 8:2,3). Mas eles não conseguiam entender isso.
   É fácil recriminar a atitude dos israelitas durante a jornada no deserto, afinal eles comiam maná que descia dos céus todos os dias, água jorrou da rocha, Deus enviou codornizes, Deus os ajudou a vencer batalhas, mas, sem perceber, tomamos atitudes bastante parecidas ao longo de nossa caminhada aqui nessa terra. Quantas vezes reclamamos de situações que enfrentamos? Das dificuldades que surgem no trajeto e que tornam mais árdua a conquista pela casa própria, pelo emprego dos sonhos e tantas outras coisas? Os israelitas só conseguiam enxergar as dificuldades e adversidades da jornada. Haviam tantas manifestações de Deus, tantas bênçãos e eles simplesmente diziam 'tenho saudade dos pepinos e cebolas do Egito': " Lembramos dos peixes que no Egito comíamos de graça, e dos pepinos, e dos melões, e dos porros, e das cebolas, e dos alhos" (Nm 11:5).
   A todo momento rejeitavam ao que Deus lhes proporcionava, simplesmente porque não era do jeito que eles queriam. Também rejeitamos as bênçãos de Deus quando não conseguimos ser felizes com o que ele nos proporcionou.  Quando olhamos a vida dos outros, a família dos outros, o emprego dos outros e reclamamos que nossa vida não é tão boa quanto a deles. Olhe ao seu redor, para sua família, para sua vida, sua saúde, para o fato de ter se levantado hoje, olhe para o quanto Deus te amou enviando Jesus para morrer em seu lugar, para que você pudesse experimentar a salvação. Deixe de adiar a sua felicidade para amanhã, para o dia em que aquela 'coisa' acontecer. Você pode escolher ser feliz independente das circunstâncias se permitindo adquirir intimidade com Deus enquanto estiver nessa jornada. Foi o que o apóstolo Paulo vivenciou: "Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a CONTENTAR-ME com o que tenho. Sei estar abatido, e sei ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade. Posso todas as coisas naquele que me fortalece" (Fp 4:11-13). Contentamento em qualquer situação não é conformismo. Não é errado desejar coisas boas e lutar por elas, mas quando aprendemos a nos contentar independente da situação, descobrimos que só dependemos de Deus para sermos  verdadeiramente felizes. Isso é libertador. Experimente!
   Israel havia saído do Egito, mas ainda possuía mente de escravo. Não deixe de experimentar a graça abundante de Deus sobre a sua vida por causa de uma mentalidade atrofiada, busque renovação de seu entendimento para que possa vivenciar toda a liberdade que há em Cristo Jesus: "Foi para a liberdade que Cristo nos libertou! Portanto, permanecei firmes e não vos sujeiteis outra vez a um jugo de escravidão" (Gl 5:1). 

Deus vos abençoe.
Paz e até.