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sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Jesus acalma a tempestade (Mc 4:35-41)

   "E, naquele dia, sendo já tarde, disse-lhes: Passemos para a outra margem.
   E eles, deixando a multidão, o levaram consigo, assim como estava, no barco; e havia também com ele outros barquinhos.
   E levantou-se grande temporal de vento, e subiam as ondas por cima do barco, de maneira que já se enchia de água.
   E ele estava na popa dormindo sobre uma almofada; e despertaram-no, dizendo-lhe: Mestre, não te importa que pereçamos?
   E ele, despertando, repreendeu o vento e disse ao mar: Cala-te, aquieta-te. E o vento se aquietou, e houve grande bonança.
   E disse-lhes: Por que sois tão tímidos? Ainda não tendes fé?
   E sentiram um grande temor e diziam uns aos outros: Mas quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?"

   Sendo já tarde, após um dia de trabalho ensinando às multidões, Jesus diz aos discípulos: "Passemos para a outra margem" (v. 35).
   Os discípulos deixam a multidão, levam Jesus com eles no barco. Havia também outros barcos que fariam a mesma travessia (v.36). Atravessariam o Mar da Galiléia - na verdade um lago com aproximadamente 19 km de comprimento e 13 km de largura, também chamado de mar de Tiberíades ou lago de Genesaré, que ficava aproximadamente a 224m abaixo do nível do mar - onde ocorriam tempestades violentas e imprevisíveis.
   De repente levanta-se um grande temporal, de modo que as ondas subiam por cima do barco enchendo-o de água (v.37). O fato de Jesus estar no barco não era garantia de que não enfrentariam dificuldades. Todas as embarcações enfrentavam a mesma tempestade. Servir a Deus não exime ninguém de enfrentar tribulações (Jo 16:33). O crente também enfrenta enfermidades, desemprego, dívidas tanto quanto qualquer pessoa (Ec 9:2). A diferença não está na luta que se enfrenta, mas sim na confiança que se tem e em que ou em quem se deposita essa confiança.
   Enquanto eles sentiam o desespero de enfrentar uma tempestade violenta, Jesus estava na popa (parte de trás) do barco dormindo sobre uma almofada (v.38).
   Dentre os discípulos havia pescadores - André, João, Pedro - que estavam acostumados a enfrentar tempestades, mas mesmo a experiência deles não foi suficiente naquele momento. Existem situações em que o tempo de igreja, a experiência de vida, a inteligência ou a sabedoria humana não são suficientes para ajudar a resolver os problemas. Situações onde só uma ação de Deus pode trazer uma solução.
   Era assim que os discípulos se encontravam. Com certeza, durante um tempo tentaram contornar o problema. Talvez usassem algum recipiente na tentativa de esvaziar a embarcação, mas chegaram a um limite onde perceberam que a tempestade era maior do que os recursos que possuíam e recorreram a Jesus. O ser humano tem a tendência de sempre tentar primeiro por seus próprios meios e só quando não consegue, quando chega no seu limite é que recorre a Deus. O correto é sempre clamar pelo socorro de Deus em primeiro lugar (Sl 121:1) e esperar a sua orientação, pois mesmo quando há possibilidade de agir no âmbito humano, sob a orientação de Deus as coisas fluem melhor (Sl 127:1).
   O fato de Jesus dormir tranquilamente enquanto eles enfrentavam uma terrível tempestade dava a impressão de que Jesus não se importava. O barulho das ondas, o forte vento contrário e o desespero dos discípulos parecia não incomodar o Mestre. Quando os discípulos o despertaram disseram-lhe: "Mestre, não te importa que pereçamos?" (v.38)
    Às vezes as circunstâncias fazem pensar que Deus não se importa, que Ele é indiferente, mas é preciso entender que no tempo certo ele agirá e que se Jesus está presente o milagre pode acontecer. Os outros barquinhos enfrentavam a mesma tempestade, mas não tinham a garantia de vitória que a presença de Jesus traz. Eles estavam sozinhos, enquanto que os discípulos tinham a quem recorrer.
   Quando os discípulos clamaram a Jesus não sabiam o que ele iria ou poderia fazer. Eles ainda não tinham pleno conhecimento do  poder e autoridade de Jesus. Talvez esperassem que Jesus apenas se levantasse para ajudar a esvaziar o barco, no entanto a atitude que Jesus toma os surpreende: "E ele, despertando, repreendeu o vento e disse ao mar: Cala-te, aquieta-te. E o vento se aquietou, e houve grande bonança" (v.39).
   Jesus questiona-lhes a falta de confiança: "Por que ainda sois tão tímidos? Ainda não tendes fé? (v.40).    Antes de começarem a travessia Jesus tinha dado a garantia de que chegariam do outro lado, quando disse-lhes: "Passemos para a outra margem"(v.35). Jesus havia dado uma palavra afirmativa, não era uma possibilidade, era uma certeza e, independente das circunstâncias, eles chegariam ao destino. Eles precisavam lembrar da palavra dada no início daquele percurso e confiar. A travessia até poderia ser dura, mas eles chegariam à outra margem. Os discípulos não puderam descansar nessa palavra porque ainda não conheciam a fidelidade e poder de Jesus. Um dos motivos principais pelos quais pede-se a confiança é a falta de conhecimento e intimidade com Deus. Quanto maior o conhecimento da fidelidade de Deus mas confiança nele adquirimos.
   O milagre trouxe grande temor e diziam uns aos outros: "Mas quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?"(v.41). A tempestade foi uma oportunidade para que Jesus manifestasse seu poder, os discípulos tivessem uma experiência poderosa com Jesus e conhecessem mais a Jesus e a sua autoridade e poder. As impossibilidades são oportunidades para que milagre sejam gerados. Porque só é milagre se for impossível. Quando a tempestade é violenta, os recursos se esgotam e as circunstâncias dizem não, é aí que o milagre é gerado.
   Eles chegam à outra margem, à província dos gadarenos e lá um homem possesso é liberto pelo poder de Jesus (Mc 5:1-20). Havia uma obra a ser operada naquele lugar e nada impediria Jesus de atravessa o mar da Galiléia para libertar aquele endemoninhado. Quando Deus tem algo a realizar tempestades podem se levantar, mas não serão suficientes para parar o projeto de Deus (Fp 1:6).


Paz e até.
   
   
   

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