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segunda-feira, 13 de março de 2017

A salvação da casa de Noé.

   "Noé porém, achou graça aos olhos do Senhor". (Gn 6:8)


 Imagine viver em meio à uma sociedade completa e totalmente corrompida e afastada de Deus e ainda assim fazer a diferença? Imaginou? Pois é, Noé conseguiu tal feito.

   A Bíblia diz que Noé viveu num período onde havia corrupção generalizada sobre a terra: "A terra, porém, estava corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a terra de violência. E viu Deus q terra, e eis que estava corrompida; porque toda carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra" (Gn 6:11, 12). Mas em meio à corrupção, Deus vê Noé e lhe anuncia o juízo que viria sobre toda a terra.
   Noé recebeu a incumbência de construir uma arca: "Então disse Deus a Noé: O fim de toda a carne é vindo perante a minha face porque a terra está cheia de violência; e eis que os desfarei com a terra" (Gn 6:13). Era uma experiência inédita na vida dele, um empreendimento para o qual ele não possuía recursos, uma tarefa árdua que Noé poderia simplesmente recusar. Ao olhar para o tamanho da responsabilidade que Deus estava lhe delegando, ele poderia focar nas suas limitações, e decidir pelo não. Mas Noé não achou graça aos olhos de Deus por ser covarde e sim pela sua coragem em ser diferente de toda a sociedade à sua volta. Noé estava acostumado a assumir desafios mesmo sem perceber, pois certamente não era nada fácil manter os preceitos do Senhor em meio à maldade generalizada.
   Com a tarefa da construção da arca e o anúncio do dilúvio vindouro, Noé recebe também a responsabilidade de anunciar à sua família o que Deus lhe falara: "Mas contigo estabelecerei o meu pacto; e entrarás na arca tu e os teus filhos, e a tua mulher, e as mulheres de teus filhos contigo" (Gn 6:18). A salvação que Deus tinha para Noé não era só para ele, ela incluía a sua família também. Agora imagine o quanto Noé precisava ser uma pessoa coerente para que sua família cresse em suas palavras. Um homem que vivesse uma vida de qualquer jeito, sem mostrar nas suas atitudes que mantinha um relacionamento com o Deus supremo certamente encontraria dificuldades para envolver a família neste ambicioso projeto. E é tão lindo quando vemos que Noé respondeu prontamente ao chamado: "Assim, fez Noé; conforme tudo o que Deus lhe mandou, assim o fez" (Gn 6:22).
   
   Quero salientar nesse devocional, algumas reflexões que Deus trouxe ao meu coração acerca das características da família de Noé:


  • Havia uma liderança. Fica claro quando lemos o texto de Gênesis 6 - 9 que a família de Noé possuía um líder. A família é o primeiro grupo ao qual fazemos parte e é de onde vem as influências mais fortes e importantes para a formação do indivíduo. É o primeiro local onde aprendemos e é de grande importância que haja liderança. Não falo de autoritarismo, de alguém que dê ordens como um general, mas de um líder que inspire, que motive, que veja antecipadamente os perigos que rondam a família, que ame e demonstre amor através do cuidado e dedicação. Todo ser humano precisa de afeto e de bom convívio familiar e nos precisamos atentar para isso.
  • Noé era um líder com intimidade com Deus. Uma boa liderança é maravilhoso, mas uma liderança com contato direto com Deus faz toda a diferença. O juízo estava prestes a acontecer, mas por ter achado graça aos olhos de Deus, Noé recebeu o aviso e as orientações necessárias para salvar a si mesmo e sua casa.
  • Noé era íntegro. "...Noé era varão justo e reto em suas gerações; Noé andava com Deus" (Gn 6:9b). Porque não basta dizer que é cristão tem que mostrar com atitudes diárias que somos de Deus, tem que andar com Deus.
  • Sua conduta foi importante para salvar sua família. Deus entregou a Noé todas as orientações necessárias para a construção da arca que salvaria toda a sua família. Ele tinha a responsabilidade de trabalhar arduamente, seguindo a direção dada por Deus para alcançar o bem para os seus. Sua parte era obedecer e trabalhar. Trabalhar pelo bem da família não é fácil, mas podemos receber a orientação necessária de Deus.
  • O que Noé estava construindo com sua família certamente chamava a atenção. A arca era um empreendimento grandioso: "Faça-a com cento e trinta e cinco metros de comprimento, vinte e dois metros e meio de largura e treze metros e meio de altura" (Gn 6:15 - NVI). Era provável que as pessoas ficassem curiosas com o que eles estavam construindo juntos. Pode não ter feito sentido para eles, mas a família de Noé sabia que valeria a pena o esforço. O que fazemos direcionados por Deus chama a atenção dos que estão à nossa volta e os resultados obtidos podem servir de testemunho do poder de Deus.
   A Bíblia diz que após a construção da arca, os casais de animais (sete casais de animais puros e um casal dos animais impuros), Noé e toda a sua família entraram na arca. Uma semana depois veio o dilúvio sobre a terra e a família dele foi salva. O apóstolo Paulo afirma que a responsabilidade com os da nossa família é nossa tarefa primeira: "Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé e é pior do que o infiel" (I Tm 5:8).
   A família de Noé não era perfeita, Noé não era perfeito. O episódio ocorrido após o dilúvio em que Noé se embebeda e é desrespeitado por seu filho prova isso, mas eles decidiram obedecer a voz de Deus e isso fez diferença na vida de todos eles. Nossa família não é perfeita, mas é projeto de Deus e para o bem dela vale a pena se esforçar, vale a pena seguir a ordem de Deus.


Paz e até.

terça-feira, 7 de março de 2017

Dorcas: a serva amada

 
  "E havia em Jope uma discípula chamada Tabita, que traduzido se diz Dorcas. Esta estava cheia de boas obras e esmolas que fazia.
E aconteceu naqueles dias que, enfermando ela, morreu; e, tendo-a lavado, a depositaram num quarto alto.
E, como Lida era perto de Jope, ouvindo os discípulos que Pedro estava ali, lhe mandaram dois homens, rogando-lhe que não se demorasse em vir ter com eles.
E, levantando-se Pedro, foi com eles; e quando chegou o levaram ao quarto alto, e todas as viúvas o rodearam, chorando e mostrando as túnicas e roupas que Dorcas fizera quando estava com elas.
Mas Pedro, fazendo sair a todos, pôs-se de joelhos e orou: e, voltando-se para o corpo, disse: Tabita, levanta-te. E ela abriu os olhos, e, vendo a Pedro, assentou-se.
E ele, dando-lhe a mão, a levantou e, chamando os santos e as viúvas, apresentou-lha viva.
E foi isto notório por toda a Jope, e muitos creram no Senhor".

(Atos 9:36-42)

   Jope era uma cidade portuária habitada por judeus e gentios. Ficava na fronteira do território original de Dã. E era nessa cidade que vivia Dorcas (em grego) ou Tabita (em aramaico), cujo significado do nome quer dizer ‘gazela’.
  A Bíblia relata que Dorcas era discípula de Jesus (At 9:36 a). Ela é a única mulher a quem se aplica a forma feminina da palavra discípulo o que já a torna alguém muito especial na narrativa bíblica. A palavra discípulo refere-se a um estudante ou aprendiz. O discípulo é um seguidor, alguém que obedece ao chamado de seguir a Cristo. Isto implica em obediência, renúncia e aprendizado constante.
  Dorcas era uma figura necessária para a comunidade cristã, ela era serva dos irmãos e estava cheia de boas obras e esmolas (v. 36 b). Com isso podemos destacar que ela:
  • ·         Era sensível às necessidades dos outros;
  • ·         Usava seu talento para benefício do seu próximo e não para buscar seus próprios interesses;
  • ·         Levava alegria e conforto às pessoas através das costuras que fazia;
  • ·         Ajudava a um grupo que não podia oferecer nada em troca o que mostra sua disposição em ajudar sem interesse;
  • ·         Destacou-se no que fazia, pois fazia com amor e dedicação.

  Apesar de ser discípula e cheia de boas obras, Dorcas adoeceu e morreu (v. 37). Isso mostra que nossa fidelidade a Deus não nos impede de passarmos por adversidades: “No mundo tereis aflições” (Jo 16:33). Mas também podemos ter plena certeza de que independente de qualquer situação o Senhor Jesus sempre estará conosco (Mt 28:20).
   A morte de Dorcas foi sentida por todos. As obras dela falavam por ela e sobreviveram à sua morte. Os que haviam sido tocados por Dorcas e sua bondade, não se conformaram e chamaram Pedro que estava em Lida. Dorcas estava morta, lavada já, preparada para que se desse prosseguimento ao funeral, mas, mesmo assim, chamaram Pedro. Quantas pessoas no seio da igreja morrem espiritualmente, após anos de serviço, e não nos importamos em fazer algo? Quantas vezes somos os primeiros a apontar a queda espiritual de alguém? Dorcas estava fisicamente morta e os irmãos sentiram sua falta, será que sentimos falta dos que morreram espiritualmente? Através da nossa intercessão, palavras de apoio e presença amorosa podemos ajudar a trazer vida a essas pessoas.

   A Bíblia diz que Pedro orou por Dorcas e disse: “Tabita, levanta-te”. Ela ressuscitou e o milagre operado na vida dela tornou-se notório em toda Jope. Muitos creram no Senhor através do milagre operado na vida de Dorcas. Assim como foi com ela, Deus quer glorificar seu nome através de nossas vidas.

Paz e até.