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sexta-feira, 23 de agosto de 2013

O sermão profético no monte das Oliveiras (Mt 24)

   "E, quando Jesus ia saindo do templo, aproximaram-se dele os seus discípulos para lhe mostrarem a estrutura do templo. Jesus, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada. E, estando assentado no monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os discípulos, em particular, dizendo: Dize-nos quando serão essas coisas, e que sinal haverá do fim do mundo?" (Mt 24:1-3)


(fig 1. - templo de Herodes)
   Jesus saía do templo, quando os seus discípulos aproximaram-se para mostrar a estrutura do templo (v.1). O templo era uma construção esplêndida, orgulho da nação judaica. 
   Esse templo era aquele que fora construído quando do retorno dos exilados que estavam na Babilônia para 
Jerusalém sob a liderança de Zorobabel, mas era chamado de "templo de Herodes", pois fora reformado por Herodes. O início dessa reforma se deu em 20 a.C. e, nos dias de Jesus, ainda não havia sido concluída. 
   Eles queriam mostrar a Jesus a beleza do templo, mas ao invés de Jesus admirar-se de toda aquela glória, profere uma palavra inesperada:"Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada" (v.2).
   Quando já estão no monte das Oliveiras, os discípulos, um tanto temerosos, perguntam a Jesus em particular:"Que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?" (v.3). Entenderam eles que a declaração de Jesus era séria e que tratava de tempos difíceis que ainda estavam por vir.
   Estava próxima a Páscoa e a crucificação também se aproximava. Seu ministério terreno logo findaria. É interessante notar que no início de seu ministério, Jesus sobe a um monte onde assenta-se a ensinar às multidões (Mt cap.5,6,7) o tão conhecido sermão do monte, ou das bem-aventuranças. Agora ele não estava diante de uma multidão, estão presentes apenas os discípulos. Jesus tem diante de si a cidade de Jerusalém e ali dá instruções acerca das últimas coisas, fala do que aconteceria à cidade sagrada e dos acontecimentos que precederiam a destruição de Jerusalém.
   Jesus inicia seu discurso alertando-os acerca de acontecimentos que levariam muitos a pensar que o fim era chegado, mas que, na verdade, seriam apenas indicadores iniciais do juízo que ainda viria:"E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim. Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares. Mas todas estas coisas são o princípio de dores" (vv.6-8).

  • Antes da destruição de Jerusalém muitos acontecimentos terríveis ocorreram:

  1. 20.000 judeus foram mortos em Cesaréia, em conflitos entre sírios e judeus;
  2. Rápida sucessão de cinco imperadores em Roma (Nero, Galva, Otto, Vitílio, Vespasiano);
  3. Fome sob Cláudio em 46 d.C. (At 11:30);
  4. Terremoto (do tempo de Nero) na Campanha e na Ásia Menor, quando cidades inteiras submergiram;
  5. Em 63 d.C. Pompéia foi destruída por um terremoto. No ano 64 d.C. a metade de Roma, cidade de 1.000.000 de habitantes (número enorme para a época), foi reduzida a cinzas.
   Todas essa tragédias confirmaram as palavras que Jesus dera aos discípulos anos antes, mas eram apenas o princípio das dores. O fim ainda estava por vir.
   Exatamente quarenta anos depois da conversa de Jesus com os discípulos no monte das Oliveiras, dias antes da Páscoa, Tito cercou Jerusalém (70 d.C.) que estava repleta de gente por ocasião da Páscoa. 
O cerco durou cinco meses e a fome alastrou-se pela cidade fazendo com que muitos tentassem fugir, mas estes eram capturados pelos romanos e crucificados perante a cidade. Até que a cidade caiu e foi invadida por Tito e suas tropas.
   O templo foi completamente destruído pelas chamas.

   Enquanto Jesus estava falando aos discípulos sobre o fim de Jerusalém, na verdade, a profecia está apontando também para a volta de Cristo no fim dos tempos.
   Jesus fala:

  1. De sinais no sol, na lua, e nas estrelas - trata-se de um colapso na ordem estabelecida e não de um simples fenômeno natural ocorrido ocasionalmente:"E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas" (v.29);
  2. Da vigilância constante (Mt 24:32-44) - Precisamos observar o sentido mais profundo dos acontecimentos à nossa volta. E, antes de mais nada, viver uma vida de fé que seja compatível com a Palavra de Deus;
  3. Da história de Noé (Mt 24: 37-39). É bom salientar que quando Jesus fala que as pessoas comiam, bebiam e davam-se em casamento, não caracterizou essas práticas como pecaminosas. O que Jesus quis dizer é que eles viviam a vida cotidiana normalmente (vv.38,39) até que veio o dilúvio e os pegou desprevenidos. Noé, em contrapartida, juntamente com sua família, não foi pego de surpresa, estava preparado, pois havia confiado que aquilo que Deus falara aconteceria. Assim como Noé foi avisado do dilúvio, também sabemos que Jesus voltará e precisamos nos preparar para esse evento.
  4. Do critério que haverá para a separação dos escolhidos - A única relação que será levada em conta é o relacionamento pessoal com Cristo. Relações de parentesco, amizade, posição na sociedade, formação, nada disso servirá como critério para o arrebatamento. Somente aquele que possui uma relação íntima com Cristo o encontrará nas nuvens.
   Assim como a palavra de Deus acerca do dilúvio se cumpriu e a palavra de Jesus acerca de Jerusalém também se cumpriu fielmente, da mesma forma a palavra acerca da volta de Jesus também se cumprirá. Aleluia, Maranata! Ora vem, Senhor Jesus!



"Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor; Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa. Por isso, vigiai vós também; porque o Filho do homem há de vir à hora em que não penseis" (Mt 24:42-44).
Paz e até.



   

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Jesus acalma a tempestade (Mc 4:35-41)

   "E, naquele dia, sendo já tarde, disse-lhes: Passemos para a outra margem.
   E eles, deixando a multidão, o levaram consigo, assim como estava, no barco; e havia também com ele outros barquinhos.
   E levantou-se grande temporal de vento, e subiam as ondas por cima do barco, de maneira que já se enchia de água.
   E ele estava na popa dormindo sobre uma almofada; e despertaram-no, dizendo-lhe: Mestre, não te importa que pereçamos?
   E ele, despertando, repreendeu o vento e disse ao mar: Cala-te, aquieta-te. E o vento se aquietou, e houve grande bonança.
   E disse-lhes: Por que sois tão tímidos? Ainda não tendes fé?
   E sentiram um grande temor e diziam uns aos outros: Mas quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?"

   Sendo já tarde, após um dia de trabalho ensinando às multidões, Jesus diz aos discípulos: "Passemos para a outra margem" (v. 35).
   Os discípulos deixam a multidão, levam Jesus com eles no barco. Havia também outros barcos que fariam a mesma travessia (v.36). Atravessariam o Mar da Galiléia - na verdade um lago com aproximadamente 19 km de comprimento e 13 km de largura, também chamado de mar de Tiberíades ou lago de Genesaré, que ficava aproximadamente a 224m abaixo do nível do mar - onde ocorriam tempestades violentas e imprevisíveis.
   De repente levanta-se um grande temporal, de modo que as ondas subiam por cima do barco enchendo-o de água (v.37). O fato de Jesus estar no barco não era garantia de que não enfrentariam dificuldades. Todas as embarcações enfrentavam a mesma tempestade. Servir a Deus não exime ninguém de enfrentar tribulações (Jo 16:33). O crente também enfrenta enfermidades, desemprego, dívidas tanto quanto qualquer pessoa (Ec 9:2). A diferença não está na luta que se enfrenta, mas sim na confiança que se tem e em que ou em quem se deposita essa confiança.
   Enquanto eles sentiam o desespero de enfrentar uma tempestade violenta, Jesus estava na popa (parte de trás) do barco dormindo sobre uma almofada (v.38).
   Dentre os discípulos havia pescadores - André, João, Pedro - que estavam acostumados a enfrentar tempestades, mas mesmo a experiência deles não foi suficiente naquele momento. Existem situações em que o tempo de igreja, a experiência de vida, a inteligência ou a sabedoria humana não são suficientes para ajudar a resolver os problemas. Situações onde só uma ação de Deus pode trazer uma solução.
   Era assim que os discípulos se encontravam. Com certeza, durante um tempo tentaram contornar o problema. Talvez usassem algum recipiente na tentativa de esvaziar a embarcação, mas chegaram a um limite onde perceberam que a tempestade era maior do que os recursos que possuíam e recorreram a Jesus. O ser humano tem a tendência de sempre tentar primeiro por seus próprios meios e só quando não consegue, quando chega no seu limite é que recorre a Deus. O correto é sempre clamar pelo socorro de Deus em primeiro lugar (Sl 121:1) e esperar a sua orientação, pois mesmo quando há possibilidade de agir no âmbito humano, sob a orientação de Deus as coisas fluem melhor (Sl 127:1).
   O fato de Jesus dormir tranquilamente enquanto eles enfrentavam uma terrível tempestade dava a impressão de que Jesus não se importava. O barulho das ondas, o forte vento contrário e o desespero dos discípulos parecia não incomodar o Mestre. Quando os discípulos o despertaram disseram-lhe: "Mestre, não te importa que pereçamos?" (v.38)
    Às vezes as circunstâncias fazem pensar que Deus não se importa, que Ele é indiferente, mas é preciso entender que no tempo certo ele agirá e que se Jesus está presente o milagre pode acontecer. Os outros barquinhos enfrentavam a mesma tempestade, mas não tinham a garantia de vitória que a presença de Jesus traz. Eles estavam sozinhos, enquanto que os discípulos tinham a quem recorrer.
   Quando os discípulos clamaram a Jesus não sabiam o que ele iria ou poderia fazer. Eles ainda não tinham pleno conhecimento do  poder e autoridade de Jesus. Talvez esperassem que Jesus apenas se levantasse para ajudar a esvaziar o barco, no entanto a atitude que Jesus toma os surpreende: "E ele, despertando, repreendeu o vento e disse ao mar: Cala-te, aquieta-te. E o vento se aquietou, e houve grande bonança" (v.39).
   Jesus questiona-lhes a falta de confiança: "Por que ainda sois tão tímidos? Ainda não tendes fé? (v.40).    Antes de começarem a travessia Jesus tinha dado a garantia de que chegariam do outro lado, quando disse-lhes: "Passemos para a outra margem"(v.35). Jesus havia dado uma palavra afirmativa, não era uma possibilidade, era uma certeza e, independente das circunstâncias, eles chegariam ao destino. Eles precisavam lembrar da palavra dada no início daquele percurso e confiar. A travessia até poderia ser dura, mas eles chegariam à outra margem. Os discípulos não puderam descansar nessa palavra porque ainda não conheciam a fidelidade e poder de Jesus. Um dos motivos principais pelos quais pede-se a confiança é a falta de conhecimento e intimidade com Deus. Quanto maior o conhecimento da fidelidade de Deus mas confiança nele adquirimos.
   O milagre trouxe grande temor e diziam uns aos outros: "Mas quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?"(v.41). A tempestade foi uma oportunidade para que Jesus manifestasse seu poder, os discípulos tivessem uma experiência poderosa com Jesus e conhecessem mais a Jesus e a sua autoridade e poder. As impossibilidades são oportunidades para que milagre sejam gerados. Porque só é milagre se for impossível. Quando a tempestade é violenta, os recursos se esgotam e as circunstâncias dizem não, é aí que o milagre é gerado.
   Eles chegam à outra margem, à província dos gadarenos e lá um homem possesso é liberto pelo poder de Jesus (Mc 5:1-20). Havia uma obra a ser operada naquele lugar e nada impediria Jesus de atravessa o mar da Galiléia para libertar aquele endemoninhado. Quando Deus tem algo a realizar tempestades podem se levantar, mas não serão suficientes para parar o projeto de Deus (Fp 1:6).


Paz e até.
   
   
   

terça-feira, 6 de agosto de 2013

A mulher samaritana (Jo 4:1-30)

   É muito fácil julgar o fracasso das outras pessoas. Poucos são os que estão dispostos a ir a fundo na história, conhecer os motivos, a bagagem emocional e oferecer ajuda.
   Durante seu ministério terreno, Jesus valorizou muito as mulheres e por muitas vezes se deparou com mulheres totalmente desprezadas devido a algumas atitudes ou situações adversas - A mulher adúltera, a mulher do fluxo de sangue, Maria Madalena, de quem expulsou sete demônios, só para citar algumas. Uma dessas histórias de encontro transformador com o meigo salvador, encontra-se em Jo 4.
   Jesus deixa a Judéia após o surgimento de uma questão levantada pelos fariseus que diziam que ele batizava mais discípulos do que João Batista (v.1), embora quem batizasse não fosse o próprio Jesus e sim seus discípulos. Ele sai da Judéia para ir à Galiléia, mas era-lhe necessário passar por Samaria (v.4). Chegando a Sicar, cidade de Samaria, já cansado da viagem, assenta-se junto à fonte de Jacó. Era por volta do meio dia (v.6).
   Vindo uma mulher samaritana a tirar água, Jesus inicia um diálogo com ela:"Dá-me de beber"(v.7).
   Havia um preconceito muito grande por parte dos judeus em relação aos samaritanos. Quando Israel fora levado para o cativeiro pela Assíria, estrangeiros de Babilônia, Cuta, Ava, Hamate e Sefarvaim, foram trazidos para Samaria. Daí surgiu a miscigenação dos samaritanos (IIRs 17). Para os judeus eles eram impuros.
   A mulher se surpreendeu com a aproximação de Jesus: "Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana?" (v.9).
  Ela era uma mulher e só isso já seria motivo para Jesus não lhe dirigir a palavra, pois um judeu jamais falaria sozinho com uma mulher em público se não fosse o pai ou o marido dela. Ela era samaritana, segundo motivo pelo qual um judeu não lhe dirigiria palavra. Mas Jesus vai contra qualquer preconceito ou protocolo social. Ele tinha interesse no ser humano que ali estava.
   Jesus inicia o diálogo pedindo água e logo conduz a conversa para as reais necessidades daquela mulher: "Se tu conheceras o dom de Deus e quem é que te pede: dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva"(v.10). A alma dela era sedenta. Havia um vazio que ela não conseguia preencher.Com uma vida sentimental fracassada, passara por cinco relacionamentos e agora estava envolvida com um homem que não era seu marido (vv.17,18). Levava um fardo de má reputação e um jugo pesado - pecado - (Mt 11:28-30). A vida social também estava prejudicada. As mulheres iam ao poço tirar água pela manhã, mas ela fazia isso ao meio dia, na hora que o sol estava mais quente. O seu modo de vida a havia levado a um isolamento social (v.6).
     
No diálogo que Jesus trava com ela, fica claro:

  • Que Ele tem água viva e aquele que beber da água que Ele der será verdadeiramente saciado  (vv.13,14);
  • Que conhece a vida, a história, os erros e atitudes dela, mas que não a despreza ou rejeita por isso (vv.17,18);
  • Jesus revela que Deus está interessado na intenção do coração e não com gestos ritualísticos desprovidos de sinceridade. Quando ela questiona sobre o local onde se deveria adorar a Deus, Jesus lhe ensina que a adoração independe do lugar ou de gestos cerimoniais antes a preocupação de Deus é que a adoração seja em espírito e em verdade (v.24), o que envolve uma disposição de ânimo e sinceridade.
  • Jesus revela-se a si mesmo:"Eu o Sou, eu que falo contigo" (v.26);
   O encontro que a samaritana teve com Jesus a transformou numa anunciadora das boas novas. Ela que antes vivia isolada, depois de um encontro com o Mestre, sai pela cidade declarando que Jesus tinha-lhe dito tudo a respeito da vida dela: "Quanto à mulher, deixou o seu cântaro, foi à cidade e disse àqueles homens: Vinde comigo e vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito. Será este, porventura, o Cristo?! Por causa do testemunho dela muitos samaritanos creram em Jesus:"Muitos samaritanos daquela cidade creram nele, em virtude do testemunho daquela mulher, que anunciara: Ele me disse tudo quanto tenho feito"(v.39).
   
   Três lições dessa história:
  1. O amor de Deus não é preconceituoso e não se detém por causa de barreiras raciais, sociais ou outras quaisquer (Cl 3:11);
  2. O encontro com o Salvador é poderoso o suficiente para mudar a trajetória de vida de uma pessoa. Um real encontro com Deus opera mudança (Jo 4:28,29);
  3. Ao termos nossa vida impactada pelo Senhor Jesus sentimos necessidade de compartilhar com outros aquilo que recebemos para que outros também possam receber (At 4:20).

Na paz, até.





domingo, 4 de agosto de 2013

A missão da igreja

   "Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa,o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;
   Vós, que em outro tempo não éreis povo, mas agora sois povo de Deus; que não tínheis alcançado misericórdia, mas agora alcançastes misericórdia"(I Pe 2:9,10).
   A palavra missão vem do latim "enviar" ou "mandar" e nada mais é do que uma ordem dada por Deus aos seus servos de levar as boas novas da salvação em Cristo Jesus.
   Jesus deixa claro que a principal tarefa da igreja é pregar o Evangelho a toda criatura. O tempo entre a sua ascensão aos céus e a sua segunda vinda deve ser preenchido com a tarefa missionária:"Portanto ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;Ensinando-as a guardar as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos.Amém." (Mt 28:19,20).
   Após o pecado do primeiro casal, a comunhão com Deus foi afetada e a confiança e intimidade deram lugar ao medo e ao sentimento de culpa gerados pela desobediência à uma ordem direta da parte de Deus (Gn 3:10).A primeira reação que Adão e Eva têm após pecarem é se esconder.Daí por diante o mal se alastra e alcança seu ápice nos dias de Noé (Gn 6:5).
   Quando Deus chama Abrão faz-lhe uma promessa de que através dele seriam benditas todas as famílias da terra (Gn 12). Abrão e sua descendência dariam origem ao povo de Deus: Israel, que teria a função de ser uma nação sacerdotal que levaria Deus ao mundo.
   Mas Israel falhou em sua missão, fechando-se num orgulho espiritual e racial. O orgulho alcançou um nível tão elevado que o livro de Jonas surgiu para combatê-lo. Jonas, no último capítulo do livro sente mais dó de uma aboboreira do que de uma nação gentia (Jn 4). A mensagem do livro de Jonas é simples: Deus é Deus de todos.
  Quando o Messias veio, Israel o rejeitou:"Veio para os seus, mas os seus o rejeitaram"(Jo 1:11). A partir dessa rejeição, Deus dá à igreja a incumbência que antes cabia a Israel: ser um povo sacerdotal que leve as pessoas a Deus.
   Deus enviou seu filho para redimir o mundo e a missão da igreja é anunciar que Deus chama todos ao arrependimento e à salvação em Cristo Jesus:"E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há dado entre os homens pelo qual devamos ser salvos" (At 4:12).Israel falhou,mas nós não podemos falhar.
 Missões modernas
   A era moderna das missões cristãs teve início com a ida de Guilherme Carey para a Índia. Ele é considerado o pai das missões modernas.
   As igrejas de sua época não aceitavam a tarefa de levar o Evangelho aos pagãos. Para eles, a ordem fora dada apenas aos crentes dos tempos de Jesus e já tinha sido cumprida. Certa vez, numa reunião, Carey expôs essa questão e ouviu como resposta:"Jovem, sente-se! Quando Deus quiser converter os pagãos, Ele o fará sem o seu auxílio, nem o meu".
   Mas Carey não desistiu e conseguiu que fosse criada a primeira sociedade missionária na história das igrejas cristãs para a pregação da palavra entre os povos nunca antes evangelizados (Sociedade Missionária Batista-1792).
Povos não-alcançados
   Depois de mais de 2000 anos da vinda de Cristo até os dias de hoje, ainda há pessoas que nunca ouviram falar de Cristo de modo eficaz.
   Um povo não-alcançado é um grupo étnico-linguístico em cujo meio não existe uma igreja cristã com o potencial de evangelizá-lo.
   A maioria dos povos não alcançados (62 países) está localizada na janela 10x40 - um retângulo entre 10 e 40 graus acima da linha do Equador, onde vivem mais de 3,5 bilhões de pessoas. Nessa área está concentrada as três grandes religiões que também se tornaram religiões missionárias: islamismo, hinduísmo e budismo. De cada dez miseráveis do planeta oito vivem ali.

Quem são?*Povos do oeste da África;*povos do Oriente Médio;*povos da Ásia;*grupos indígenas.
Quantos são?3,5 bilhões de pessoas.
Como são?*Intolerantes ao Evangelho;*perseguem e matam os cristãos e missionários.
Cristãos perseguidos
   


    
   Vivemos em um país livre, onde cada um professa a religião e crença que quiser, mas a realidade no mundo é outra. Em muitos países nossos irmãos em Cristo são presos, torturados e mortos por causa de sua fé. Lembre-se que Missões se faz com os pés dos que vão, as mãos dos que contribuem e com os joelhos dos que oram. Não se feche à realidade do Cristianismo no mundo, ore pelos missionários e pelos povos não-alcançados para que tenham a oportunidade de ouvirem falar que Jesus morreu, mas ressuscitou ao terceiro dia pra que fôssemos salvos da ira vindoura. Porque a vontade de Deus é que todos cheguem ao conhecimento da verdade: "que quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade"(ITm 2:4).

Paz e até.

Bibliografia:
* Heróis da Fé - Boyer,Orlando - CPAD;
*Missões: Uma Reflexão Sobre a Obra Missionária Mundial/Liliane Pessanha Ravani,Nicilene Figueira e Luiz Cláudio Marteletto (organização, edição e atualização) - 4º edição - JUERP;
*Outras fontes.


Conheça o Portas Abertas e saiba mais sobre a Igreja Perseguida: https://www.portasabertas.org.br/

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Santidade: vontade de Deus para seus filhos (I Ts 4:4)

   "que cada um de vós saiba possuir o próprio corpo em santificação e honra".
   Paulo fundou a igreja de Tessalônica em sua segunda viagem missionária (At 17:1-10). Na cidade de Tessalônica havia uma comunidade judaica e uma sinagoga, lugar onde os judeus se reuniam aos sábados para estudar a Palavra de Deus, e é ali que Paulo se reúne com os judeus durante três sábados, demonstrando e expondo através das Escrituras que convinha que o Cristo padecesse e ressuscitasse dos mortos: "E este Jesus, que vos anuncio, dizia ele, é o Cristo" (At 17:2).
   Alguns deles creram e ajuntaram-se com Paulo e Silas (AT 17:4), tendo início a igreja dos tessalonicenses. Mas alguns judeus, movidos de inveja, incitaram uma multidão e alvoroçaram a cidade contra Paulo e Silas (At 17:5,8).Devido à intensa perseguição, Paulo não pôde dar continuidade ao seu trabalho e à estruturação dessa recém iniciada igreja (At 17:10), deixando essa incumbência a Timóteo (ITs 3:1,2).
   Assim, a primeira carta de Paulo aos Tessalonicenses, foi escrita para dar base a uma igreja nova na fé e dá instruções práticas de como convém viver de modo a agradar a Deus.
   No capítulo 4:1-8, fala sobre a santificação.
   Santificação

  • A santificação é a vontade de Deus (v.3) e é uma progressão espiritual operada pelo aprendizado da Palavra de Deus:"...para que continueis a progredir cada vez mais; porque bem sabeis que mandamentos vos temos dado pelo Senhor Jesus" (vv1,2). A observância da Palavra de Deus produz um viver de acordo com a vontade de Deus.É através das Santas Escrituras que chegamos ao conhecimento da verdade e alcançamos renovação do nosso entendimento e, assim, somos transformados para experimentar a perfeita vontade de Deus (Rm 12:2).
  • Deus nos chama para a santificação e nos dá os meios pelos quais podemos alcançá-la:o Espírito Santo (v.8)que produz o fruto do Espírito em nós (características de um viver santo):"Mas o fruto do Espírito é:caridade (amor), gozo, paz, longanimidade (paciência), benignidade(que faz o bem,benévolo), bondade, fé, mansidão, temperança (domínio próprio)" (Gl 5:22) ;e a sua Palavra:"Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade" (Jo 17:17).
   Santidade fala sobre separação do mundo e de tudo que não está de acordo com a vontade de Deus, é uma consagração genuína de todo nosso ser ao serviço, louvor e exaltação do nome de Deus. 
   Precisamos de santidade porque:
  1. Não é uma escolha, é uma exigência da parte de Deus:"Porque não nos chamou Deus para a imundícia, mas para a santificação. Portanto, quem despreza isto não despreza ao homem, mas,sim, a Deus, que nos deu também o seu Espírito Santo" (vv.7,8). Desprezar a esse apelo é desprezar ao próprio Deus.
  2. A santificação traz manifestação do poder de Deus:"Santificai-vos, pois amanhã fará o Senhor maravilhas no meio de vós" (Js 3:5).
  3. Sem santificação não veremos a Deus:"Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor"(Hb 12:14).

     Embora o termo "santidade" tenha desaparecido de alguns púlpitos nos dias atuais, dando lugar à pregações triunfalistas,a  Bíblia deixa claro para nós a necessidade de um viver santo:"mas,como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda vossa maneira de viver,porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou santo" (I Pe 1:15,16).Mesmo que em alguns lugares não se dê a devida ênfase, não podemos fugir dela:"Todavia, o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo:O Senhor conhece os que são seus, e qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade" (II Tm 2:19). Deus conhece os que pertencem a ele e os que são dele apartam-se do pecado, ou seja buscam santificar-se.
Até.