(fig 1. - templo de Herodes)
Jesus saía do templo, quando os seus discípulos aproximaram-se para mostrar a estrutura do templo (v.1). O templo era uma construção esplêndida, orgulho da nação judaica. Esse templo era aquele que fora construído quando do retorno dos exilados que estavam na Babilônia para
Jerusalém sob a liderança de Zorobabel, mas era chamado de "templo de Herodes", pois fora reformado por Herodes. O início dessa reforma se deu em 20 a.C. e, nos dias de Jesus, ainda não havia sido concluída.
Eles queriam mostrar a Jesus a beleza do templo, mas ao invés de Jesus admirar-se de toda aquela glória, profere uma palavra inesperada:"Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada" (v.2).
Quando já estão no monte das Oliveiras, os discípulos, um tanto temerosos, perguntam a Jesus em particular:"Que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?" (v.3). Entenderam eles que a declaração de Jesus era séria e que tratava de tempos difíceis que ainda estavam por vir.
Estava próxima a Páscoa e a crucificação também se aproximava. Seu ministério terreno logo findaria. É interessante notar que no início de seu ministério, Jesus sobe a um monte onde assenta-se a ensinar às multidões (Mt cap.5,6,7) o tão conhecido sermão do monte, ou das bem-aventuranças. Agora ele não estava diante de uma multidão, estão presentes apenas os discípulos. Jesus tem diante de si a cidade de Jerusalém e ali dá instruções acerca das últimas coisas, fala do que aconteceria à cidade sagrada e dos acontecimentos que precederiam a destruição de Jerusalém.
Jesus inicia seu discurso alertando-os acerca de acontecimentos que levariam muitos a pensar que o fim era chegado, mas que, na verdade, seriam apenas indicadores iniciais do juízo que ainda viria:"E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim. Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares. Mas todas estas coisas são o princípio de dores" (vv.6-8).
- Antes da destruição de Jerusalém muitos acontecimentos terríveis ocorreram:
- 20.000 judeus foram mortos em Cesaréia, em conflitos entre sírios e judeus;
- Rápida sucessão de cinco imperadores em Roma (Nero, Galva, Otto, Vitílio, Vespasiano);
- Fome sob Cláudio em 46 d.C. (At 11:30);
- Terremoto (do tempo de Nero) na Campanha e na Ásia Menor, quando cidades inteiras submergiram;
- Em 63 d.C. Pompéia foi destruída por um terremoto. No ano 64 d.C. a metade de Roma, cidade de 1.000.000 de habitantes (número enorme para a época), foi reduzida a cinzas.
Exatamente quarenta anos depois da conversa de Jesus com os discípulos no monte das Oliveiras, dias antes da Páscoa, Tito cercou Jerusalém (70 d.C.) que estava repleta de gente por ocasião da Páscoa.
O cerco durou cinco meses e a fome alastrou-se pela cidade fazendo com que muitos tentassem fugir, mas estes eram capturados pelos romanos e crucificados perante a cidade. Até que a cidade caiu e foi invadida por Tito e suas tropas.
O templo foi completamente destruído pelas chamas.
Enquanto Jesus estava falando aos discípulos sobre o fim de Jerusalém, na verdade, a profecia está apontando também para a volta de Cristo no fim dos tempos.
Jesus fala:
- De sinais no sol, na lua, e nas estrelas - trata-se de um colapso na ordem estabelecida e não de um simples fenômeno natural ocorrido ocasionalmente:"E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas" (v.29);
- Da vigilância constante (Mt 24:32-44) - Precisamos observar o sentido mais profundo dos acontecimentos à nossa volta. E, antes de mais nada, viver uma vida de fé que seja compatível com a Palavra de Deus;
- Da história de Noé (Mt 24: 37-39). É bom salientar que quando Jesus fala que as pessoas comiam, bebiam e davam-se em casamento, não caracterizou essas práticas como pecaminosas. O que Jesus quis dizer é que eles viviam a vida cotidiana normalmente (vv.38,39) até que veio o dilúvio e os pegou desprevenidos. Noé, em contrapartida, juntamente com sua família, não foi pego de surpresa, estava preparado, pois havia confiado que aquilo que Deus falara aconteceria. Assim como Noé foi avisado do dilúvio, também sabemos que Jesus voltará e precisamos nos preparar para esse evento.
- Do critério que haverá para a separação dos escolhidos - A única relação que será levada em conta é o relacionamento pessoal com Cristo. Relações de parentesco, amizade, posição na sociedade, formação, nada disso servirá como critério para o arrebatamento. Somente aquele que possui uma relação íntima com Cristo o encontrará nas nuvens.
"Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor; Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa. Por isso, vigiai vós também; porque o Filho do homem há de vir à hora em que não penseis" (Mt 24:42-44).
Paz e até.