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segunda-feira, 23 de junho de 2014

O refúgio secreto

"Se você fizer do Altíssimo o seu abrigo, do Senhor o seu refúgio, nenhum mal o atingirá, desgraça alguma chegará à sua tenda" (Sl 91:9,10 - NVI).


   Antes de começar a ler o livro 'O Refúgio Secreto', pensava que o refúgio do título se tratasse apenas de um lugar físico. Havia sim, um lugar físico, porém quando, iniciei minha leitura, entendi que ia muito além disso. A história ,real, se passa na Holanda no período da Segunda Guerra Mundial, e conta a história de Corrie Ten Boom e sua família.
  Quando a Holanda foi invadida pelos nazistas e a 'solução final' (o extermínio dos judeus) de Hitler foi posta em prática, a família de Corrie começou a esconder pessoas, que deveriam ser deportadas, em sua casa. Uma atitude que representava grande risco para toda aquela família, mas que eles estavam dispostos a correr para ajudar o próximo. No início, eram pessoas conhecidas, mas, com o decorrer do tempo, estavam ajudando também pessoas que nunca tinham visto antes. Até que o esconderijo na velha casa de Corrie foi descoberto e ela, seus irmãos Betsie, Nollie, Willem, seu sobrinho Peter e seu velho pai (Casper de 84 anos) foram presos pela Gestapo (polícia secreta nazista). A ele foi oferecida a liberdade em troca de que não mais ajudasse nenhum judeu, mas ele garantiu que se fosse solto não deixaria de ajudar a quem precisasse. Casper morreu pouco tempo depois na prisão.
   Corrie foi espancada, humilhada, separada de sua família, de sua irmã Betsie que era também sua melhor amiga e passou quatro meses trancafiada em uma solitária, tendo por companheiros os 4 Evangelhos que conseguira esconder. 
   Mais tarde, Corrie e Betsie estiveram em dois campos de concentração. No segundo campo para o qual foram levadas (Ravensbrück), reuniam-se todas as noites para lerem a Bíblia com um pequeno grupo de mulheres que se tornava cada vez maior. Betsie agradecia a Deus pelas pulgas, enquanto Corrie não via motivo em agradecer por isso, até que entendeu que o motivo dos guardas não incomodarem suas reuniões de leitura da Palavra eram as benditas pulgas, e também agradeceu a Deus por elas.
   Betsie morreu no campo de concentração, e Corrie foi libertada e pôde voltar para seu país depois de anos de sofrimento. 
   Uma das coisas que mais me chamaram a atenção nessa história, foi a capacidade de amar que o coração de Corrie conseguiu adquirir. Depois do fim da guerra, ela criou um centro de ajuda aos sobreviventes da guerra, mas a ajuda também se destinava aos que apoiando o governo nazista, tinham traído seu país e seus irmãos e que se encontravam desamparados com a derrocada alemã, visto que ninguém que tinha sofrido com os horrores da guerra queria ajudar quem tivesse apoiado um governo tão cruel. Todavia, diferente da maioria das pessoas, a dor, a perda e os sofrimentos não encheram o coração de Corrie de rancor e ódio. Aprendera que "Não há cova tão profunda que o amor de Deus não possa chegar a ele". E o amor de Deus a alcançou de forma tão profunda que, ao encontrar-se com um dos guardas mais cruéis do campo Ravensbrück, perdoou-o.
   O refúgio secreto que permitiu a Corrie manter seu coração perfeito diante de Deus mesmo depois de tanta dor, foi o próprio Deus. Por que ela se refugiou em Deus, seu coração não foi destruído pelo mal.
   
   Lições que podemos aprender com esse livro:

  1. Quem se abriga em Deus, não é destruído pelo mal. Mesmo que estejamos mergulhado num mar de dor, podemos encontrar nEle um lugar seguro onde nosso coração é preservado pelo próprio Deus: "Deus é o nosso refúgio e a nossa fortaleza, auxílio sempre presente na adversidade (Sl 46:1 - NVI) ;
  2. É possível amar a quem nos faz mal e deixar o amor de Deus falar mais alto a fim de nos tornarmos livres de toda amargura: "Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem" (Mt 5:44 - NVI);
  3. Independente da situação que estejamos enfrentando sempre podemos ser um instrumento que leve a Palavra e o amor de Deus aos necessitados: "Tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé. Ele, pela alegria que lhe fora proposta, suportou a cruz, desprezando a vergonha, e assentou-se à direita do trono de Deus. Pensem bem naquele que suportou tal oposição dos pecadores contra si mesmo, para que vocês não se cansem nem desanimem" (Hb 12:2,3 - NVI);
  4. Toda dor e sofrimento terrenos são apenas temporários. Se comparados com o que Deus tem preparado para nós, elas se tornam leves: "Considero que os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada" (Rm 8:18 - NVI);
  5. Nada, por pior que seja, tem poder suficiente para nos separar de Cristo: "Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? Pois estou convencido de que nem morte, nem vida, nem anjos, nem demônios, nem o presente, nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor" (Rm 8:35, 38, 39 - NVI).
     Corrie faleceu em 15 de abril de 1983 e ajudou a salvar mais de 800 pessoas.


   


Fiquem na paz e até.

5 comentários:

  1. Nossa lindo demais fer :) cada dia você surpreende Parabéns
    continue levando a palavra sempre em algum lugar alguém estará vendo e guardando no fundo do coração tenha certeza

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  2. Nunca li este livro, mas realmente, pelo que nos falou acerca dele, nós podemos concluir que que de fato é um livro ótimo. Mas me permita dizer algo que pode saltar como contradição aos olhares dos “mais céticos e críticos”: Abrigar-se em Deus é uma garantia de que nenhum mal nos alcançará. Mas alguém pode questionar: E então, se nenhum mal alcança quem se refugia em Deus, por que estas pessoas foram descobertas, presas pela gestapo, depois levadas a prisões e campos de concentração e etc.? Isso só parece ser uma contradição se você entender que os males maiores que se podem nos acometer, forem as adversidades e contrariedades da vida. Mas existem males maiores! Aqueles que vem sobre nós querendo alcançar e se apoderar de nossas mentes e almas e, por fim, reinar em nossos corações. Por tudo que esta mulher viveu, ela tinha tudo para se tornar revoltada, paranoica, depressiva e traumatizada pelo resto de seus dias. Mas por sua vida após a sua libertação e a derrota nazista, podemos ver que realmente "Se você fizer do Altíssimo o seu abrigo, do Senhor o seu refúgio, nenhum mal o atingirá, desgraça alguma chegará à sua tenda".

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    1. Vinde e Arrazoemos, obrigada pela observação e ótima participação nessa postagem. Só enxergaria contradição no fato de a Bíblia dizer que quem se refugia em Deus o mal não lhe alcança e, mesmo assim, essas pessoas terem passado por tantas adversidades, aquele que enxerga a vida apenas de uma perspectiva natural. Estar livre do mal não significa não passar por dificuldades, mas ser capaz de continuar tendo plena confiança em Deus e conseguir manter o coração livre de todo ódio, rancor e amargura. Algumas pessoas vivem coisas bem menores e passam a vida toda presa pela amargura, mas quem realmente faz do Senhor o seu refúgio aprende a exercer a resiliência de modo extraordinário. À luz da vida vindoura e não apenas desse pequeno momento que vivemos na terra, ter o coração e a mente saudáveis é bem mais importante do que não passar dificuldades físicas."Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens" (ICo 15:19). Deus é muito mais do que um abrigo físico que não nos deixa sentir a dor, Ele é um abrigo pleno que preserva aquilo que é mais importante, nosso coração e nossos sentimentos: "Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as saídas da vida" (Pv 4:23); "E a paz de Deus, que excede a todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus" (Fp 4:7).
      Na Paz!

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  3. Respostas
    1. É o tipo de leitura que prende a gente, Vanderleia. Super recomendo.
      Paz de Cristo!

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