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sábado, 31 de maio de 2014

Espera em Deus

   "Porque estás abatida, ó minha alma, e porque te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei. Ele é a salvação da minha face e o meu Deus" (Sl 42:11).

   Dias difíceis existem, e chegam sem qualquer aviso prévio. São aqueles dias em que nos sentimos abatidos, desanimados e quando parece que as coisas não andam.
   Nessas horas somos levados a questionar: "Porque os bons momentos não duram para sempre?". Parece-nos que tudo seria bem mais fácil e simples. Oras, você diria, é lógico que prefiro a calmaria do que as tempestades. Entretanto, são as tempestades que tornam o navegante mais experiente naquilo que faz. Ou seja, as dificuldades que ele enfrenta o tornam um navegador cada vez melhor.
   O italiano Niccolò Tommaseo disse certa vez: "O homem que a dor não educou será sempre uma criança". Se não enfrentamos as dificuldades não crescemos, não amadurecemos, não progredimos. É para isso que servem os dias difíceis, são oportunidades grandiosas que nos são dadas para que possamos crescer um pouco mais e adquirir experiência:
"Também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência; e a paciência, a experiência; e a experiência, a esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado" (Rm 5:3-5).
    Ao passar por um momento de abatimento, o salmista dialoga consigo mesmo: "Porque estás abatida, ó minha alma?". Em meio a esse momento aflitivo, ele consegue perceber que esperar em Deus é a solução para curar qualquer angústia. A esperança em Deus trouxe uma nova perspectiva diante das dificuldades, agora o salmista podia perceber a grandeza de Deus ao invés da grandeza dos problemas.
Paz e até.
 

terça-feira, 27 de maio de 2014

Fazendo a minha parte

  "Pensem nisto, pois: Quem sabe que deve fazer o bem e não o faz, comete pecado" (Tg 4:17 - NVI).

   Juntamente com a proximidade dos eventos esportivos a serem sediados pelo Brasil, tenho visto o pessimismo de muita gente que eu conheço aumentar (inclusive o meu, confesso). Enquanto um montante enorme de dinheiro é gasto com coisas supérfluas, pois ninguém conseguiu me convencer ainda que haverá algum legado positivo e permanente resultante disso tudo, a Educação, a Saúde, o Transporte e a Segurança Públicos estão entregues às moscas. Alunos sem aulas, professores com péssimos salários, transporte de péssima qualidade, segurança ineficiente, saúde zero. E isso só faz aumentar nossa incredulidade de que alguma coisa possa melhorar. Daí reclamamos, questionamos, duvidamos.
   Não que não tenhamos que "pôr a boca no mundo" para gritar e denunciar tudo o que está errado. Mas e depois? Nossa ação se resume a isso? Devemos parar por aí? Reclamar sem fazer nossa parte adianta?
   Precisamos assumir nossa responsabilidade com a mudança que queremos construir.
   Se há corrupção por toda parte, vou fazer diferente, vou ser honesta. Não é porque tiram vantagem que vou tirar também. Não vou me aproveitar de ninguém, não vou pelo caminho mais fácil só porque é mais fácil se não for o caminho legítimo. Quero uma sociedade mais justa e a mudança também passa por mim.
   Se os políticos que estão no poder parecem ser os caras errados para estarem lá, então vou ter um pouco mais de consciência e serei mais responsável com o meu voto. Nada de vender, nada de troca de favores. O benefício oferecido não deve ser só pra mim ou minha família, mas para toda a minha comunidade.
   Se há tanta miséria, vou me comprometer em ajudar o meu próximo. Porque continuar na passividade, se há alguém ao meu lado precisando de ajuda? E se posso ajudar, por que não? Quantas realidades poderemos mudar? Quantos sorrisos podemos fazer brotar? Quantos sonhos podemos fazer nascer e renascer?
   Sei que é um trabalho de formiguinha, mas a formiga foi elogiada por Deus pelo seu esforço. Não me importo em fazer o pouco que me cabe, pois pra alguém poderá ter sido muito. Não me importo com os questionamentos alheios. O importante é fazer o que é certo e não me dar bem a qualquer preço.
   Se a mesma pessoa que reclama é a mesma que suborna numa blitz, o que nos torna diferentes? Se a mesma pessoa que questiona é a mesma que vota em troca de um benefício, em que somos diferentes daquele que comprou o nosso apoio?

"Continue o injusto a praticar injustiça; continue o imundo na imundícia; continue o justo a praticar justiça; e continue o santo a santificar-se" (Ap 22:11 - NVI).

   Eu escolho não me conformar, e sim ser transformada pela renovação do meu entendimento, pois o que eu quero é viver a vontade de Deus em sua plenitude: "Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus" (Rm 12:2 - NVI).


 Paz e até.
   
  

terça-feira, 20 de maio de 2014

A terra é boa, mas...

 
 "Entramos na terra à qual você nos enviou, onde manam leite e mel! Aqui estão alguns frutos dela. Mas o povo que lá vive é poderoso, e as cidades são fortificadas e muito grandes." (Nm 13:27,28).
  
   Uma das piores coisas que pode acontecer na vida de um cristão é perder a confiança em Deus. E somos constantemente tentados a isso. Dificuldades, prazos a cumprir, metas a alcançar, sonhos que precisam ser realizados, ufa! A pressão que sofremos no nosso dia a dia tende a nos fazer desconfiar. Afinal são tantas coisas que, às vezes parece que não podemos dar conta. Esse sentimento de inabilidade é comum, pois somos humanos. Mas é aí que precisamos confiar em Deus e em suas promessas.
   Os israelitas ouviram falar acerca da Terra Prometida quando ainda eram escravos no Egito. Eles viram Deus tirá-los da vergonha da escravidão com mão forte, atravessaram o mar vermelho a pés enxutos, e agora estavam prestes a tomar posse da promessa de Deus. O sonho finalmente se tornaria realidade. 
   Moisés envia 12 espias à Canaã. Eles tiveram a oportunidade de ver que a terra era realmente boa, fértil, o fruto era bom, como Deus dissera. Mas eles viram também os habitantes daquele lugar, viram suas cidades fortificadas e temeram. Voltaram e contaminaram todo o povo com sua falta de confiança em Deus. Somente Josué e Calebe permaneceram crendo que aquela bênção não dependia de suas forças humanas para se concretizar e sim do próprio Deus que fizera a promessa: "Se o Senhor se agradar de nós, ele nos fará entrar nessa terra, onde mana leite e mel, e a dará a nós. Somente não sejam rebeldes contra o Senhor. E não tenham medo do povo da terra, porque nós os devoraremos como se fossem pão. A proteção deles se foi, mas o Senhor está conosco. Não tenham medo deles" (Nm 13:8,9).
   O olhar dos outros dez espias estava apenas nas dificuldades que teriam que enfrentar. Embora reconhecessem que a terra era realmente muito boa, a dificuldade lhes pareceu muito maior do que a bênção. O olhar estava fixado somente nas barreiras. Quando fixamos os olhos apenas nos problemas, somos levados, assim como eles, a:

  • Supervalorizar as barreiras e dificuldades: "Não podemos atacar aquele povo; é mais forte do que nós" (Nm 13:31);
  • Diminuirmos nossos potenciais e a nos colocarmos em posição de inferioridade: "Vimos também os filhos de Enaque, diante de quem parecíamos gafanhotos, a nós e a eles" (Nm 13:33) - Note que eles se viram como gafanhotos e julgaram que eram vistos da mesma forma pelos outros;
  • Lamentarmo-nos e enxergar o passado como se fosse melhor do que o presente: "Quem dera tivéssemos morrido no Egito! Ou neste deserto!" (Nm 14:2b). Lembre que antes eram escravos, como isso poderia ser melhor do que a liberdade?
   Josué e Calebe mantiveram sua confiança em Deus porque não estavam com o olhar fixo nas suas limitações, os olhos deles estavam no Deus Todo Poderoso. O foco em Deus mudou a perspectiva com que enxergaram as mesmas dificuldades.

   O escritor da carta aos Hebreus aconselha:
"Tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé" (Hb 12:2a).
   O modo como enxergamos as adversidades da vida dependem de para quem nosso olhar se volta: se para as dificuldades, só veremos impossibilidades; se para Deus, creremos em milagres.


Bíblia NVI.


Paz e até.

   

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Atitude para escolher Cristo

"Que farei, então, de Jesus, chamado Cristo?" (Mt 27:22b)
   Cada vez que leio essa pequena interrogação de Pilatos para os judeus, parece ser sempre a primeira vez por tamanho impacto que provoca em mim. Fico a imaginar a cena: Jesus diante de uma multidão que convivera com ele durante todo o período em que ele exercera o seu ministério. Ali, estavam enfermos que foram curados por ele, endemoninhados que foram libertos da opressão, pessoas que participaram da multiplicação dos pães e que experimentaram o cuidado amoroso de Jesus com suas vidas. Enfim, todos ali, de alguma forma, puderam ver milagres, ouvir suas palavras, ver suas atitudes. E agora todos deveriam decidir o lugar que Jesus ocuparia em suas vidas.
   Jesus em seu ministério terreno, quebrou muitos protocolos e rompeu com muitos preconceitos. Para ele ninguém era intocável. Todos poderiam ser alcançados pelas boas novas de salvação. Em uma dessas ocasiões, um leproso se aproxima de Jesus e lhe diz: "Senhor, se quiseres, podes tornar-me limpo". (Mt 8:2). Antes de curá-lo, Jesus estende a mão e toca-o: "E Jesus, estendendo a mão, tocou-o dizendo: Quero; sê limpo." (Mt 8:3). Em um leproso, em alguém de quem todos fugiam, mas, antes de mais nada, Jesus viu nele um ser humano que sofria. E restaurou sua vida.
   Era esse Jesus que era colocado diante da multidão, que precisaria decidir se creria que Ele é realmente o Messias. Era mais fácil não se envolver, sair pela tangente, não se comprometer. É o que Pilatos faz. Mesmo sabendo que Jesus era inocente, decidiu não comprometer sua posição, caso contrariasse os líderes religiosos: "Tomando água,lavou as mãos diante da multidão, dizendo: Estou inocente do sangue deste justo" (Mt 27:24). Não adianta saber de uma coisa e não fazer nada. A própria mulher de Pilatos o alertou sobre a inocência de Jesus.
   O mesmo acontece conosco. Saber que Jesus é Senhor e Salvador exige de nós uma atitude, uma escolha por querer recebê-lo como nosso único e suficiente Salvador ou não. Algumas pessoas veem Jesus como o solucionador de problemas a quem elas recorrem quando se encontram em dificuldades. Para estes, Jesus é aquele que cura, que abre porta, que prospera. Porém só vão até aí. É o único envolvimento que querem ter com Jesus. No entanto, crer que Jesus morreu e ressuscitou precisa transformar toda a nossa vida. Quando realmente cremos e entendemos que Ele se doou por nós, para nos salvar, isso nos leva a um comprometimento que nos consome inteiramente e nunca mais conseguimos pertencer a nós mesmos. E é um comprometimento que nos muda por completo: o modo como tratamos o próximo, o modo como vemos a vida, o modo como enfrentamos as adversidades, o interesse em contribuir para uma sociedade mais justa, enfim, somos transformados.
   Que possamos assumir todos os riscos quanto forem necessários para viver um relacionamento de profunda intimidade com o Senhor Jesus, pois, independente do que tenhamos que enfrentar, a Promessa dEle para nós é bastante clara: "E eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos"(Mt 28:20).

domingo, 11 de maio de 2014

A mulher cananeia (Mt 15: 21 - 28)

   Dentre inúmeras histórias de mulheres narradas pela Bíblia, hoje quero destacar a história de uma de quem nem ao menos sabemos o nome, mas que é um grande exemplo de fé, humildade e perseverança.
   A Bíblia mostra-nos que ela enfrentava uma situação muito difícil em sua casa: a filha estava sendo miseravelmente oprimida.
   Jesus estava de passagem pelas regiões de Tiro e Sidom e essa mulher toma conhecimento da presença dele pelas proximidades de sua cidade. Ora, Jesus operava muitos milagres e multidões o seguiam na esperança de receberem uma dádiva divina. As notícias acerca dos seus feitos eram veiculadas por toda parte e ela conhecendo que por ali passava alguém capaz de realizar tantos feitos, precisaria tomar uma decisão: Ir ou não ir? Crer ou não? Tentar ou não fazer nada? Da decisão dela dependeria o desfecho da história.
   Para ela, como mãe, deveria ser uma situação que beirava o insuportável ver a filha padecendo tanto, sem poder fazer qualquer coisa que fosse para amenizar o sofrimento. Não era uma situação para a qual ela tivesse uma solução, era algo que fugia do seu controle e estava além das suas possibilidades.
   Existem problemas que parecem fugir do nosso controle e que estão além das nossas forças humanas para que haja uma solução. É nessas horas que precisamos tomar uma decisão: Desistir como se não houvesse mais esperança ou buscar socorro em Deus? A Palavra de Deus nos garante que:"Para aquele que está entre os vivos há esperança" (Ec 9:4).
   A atitude dela naquele momento foi aproveitar a oportunidade que surgia de buscar um milagre para a sua casa. Ela acreditou que Jesus podia ajudá-la e assumiu a responsabilidade pelo bem estar de sua família. Seria fácil delegar a responsabilidade para outra pessoa, mas ela entendeu que ninguém conseguiria ter comprometimento com aquela causa como ela, pois era ela quem vivenciava a dificuldade. Também não se acomodou, não se conformou e partiu em busca de uma mudança.
   É muito fácil reclamar das dificuldades que se levantam, colocar a culpa nos outros pelos momentos difíceis que passamos, mas quando entendemos que somos responsáveis por buscar uma mudança naquilo que não nos satisfaz, naquilo que não está bom, estamos dando o primeiro passo para que a mudança realmente acontece. Não basta apenas detectar o problema, é preciso se comprometer e trabalhar para viver o novo.
   Ela saiu, sem saber o que enfrentaria, mas tinha objetivos claros e uma meta muito bem estabelecida: Voltar pra casa com o seu milagre.
   Quando estamos em busca de viver algo novo na nossa vida, é necessário ter objetivos traçados. Aonde quero chegar? Qual o fim que quero alcançar ao tomar tal decisão? Ao tornar claro o lugar onde quero chegar, fica mais fácil saber o caminho que preciso percorrer. A meta dela era um milagre e para alcançar esse fim o caminho era buscar a Jesus.
   Ao se aproximar de Jesus, intercede por sua filha: "Senhor, filho de Davi, tem misericórdia de mim, que minha filha está miseravelmente endemoninhada" (Mt 15:22b). Logo o seu clamor incomodou aos discípulos que pediram a Jesus que a mandasse embora: "Despede-a, que vem gritando atrás de nós" (Mt 15:23b). Mas isso não a fez desistir.
   Precisamos entender que antes de se alcançar um objetivo  passa-se por obstáculos. Era muito fácil para os discípulos mandá-la embora, pois não eram eles quem vivenciavam o drama que aquela mulher enfrentava. Nem sequer conheciam seus motivos, como poderiam entender o clamor insistente que ela fazia. As pessoas nem sempre vão entender a nossa busca, a nossa luta, o nosso empenho, os nossos sonhos e os nossos objetivos, pois quem sabe onde queremos chegar somos nós e não eles. O outro não sou eu pra entender o que me move. E quando o que nos move é o desejo de se aproximar mais e mais de Deus e de tudo o que Ele tem pra nossa vida, quem pode nos impedir de avançar?
   A primeira resposta que ela ouviu de Jesus não foi fácil: "Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel" (Mt 15:24). A reação dela foi surpreendente: ela adorou: "Então, chegou ela e adorou-o dizendo: Senhor, socorre-me" (Mt 15:25)
   A segunda resposta que Jesus dá: "Não se dá o pão dos filhos aos cachorrinhos" (Mt 15:26). Mais uma vez ela me surpreende com sua atitude: "Sim, Senhor, mas também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus senhores" (Mt 15:27).
   A cada obstáculo, a cada dificuldade, a cada resposta aparentemente contrária, ela se lembrava do que a impulsionara a ir até ali. E a vontade interior de alcançar libertação para sua filha a fazia perseverar cada vez mais. 
  O texto deixa transparecer que essa mulher tinha um certo conhecimento acerca da profecia que falava do Messias, quando, ao se encontrar com Jesus, declara ser Ele filho de Davi. E quando Jesus diz que o pão dos filhos não podem ser dados aos cachorrinhos, ela parece compreender que o Messias viria para a nação de Israel. Mas ela também demonstra que, mesmo sendo uma estrangeira que não fazia parte do povo escolhido por Deus, a misericórdia de Deus era suficientemente grande para alcançá-la também. E Jesus vê nela uma fé que lhe chama a atenção: "Então, respondeu Jesus e disse-lhe: Ó mulher, grande é a tua fé." (Mt 15:28a). Ela não era seguidora de Jesus, não fazia parte da multidão que o acompanhava e que, por várias vezes presenciara a realização de milagres, mas, mesmo assim, compreendera a misericórdia de Deus de uma forma que nem os mestres da lei haviam compreendido. E ela volta para a sua casa com aquilo que havia se proposto a buscar: "E, desde aquela hora, a sua filha ficou sã" Mt 15:28c).

Paz e até.